O socialista Pedro Nuno Santos afirmou, esta manhã, que já não é secretário-geral do Partido Socialista (PS) após cerca de um ano e meio no cargo.
"Já não sou secretário-geral, termino aqui um percurso de muitos anos de dedicação ao PS e ao país. Fui tudo o que havia para ser na Juventude Socialista (JS), fui tudo o que havia para ser no Partido Socialista e também em cargos públicos, desde a Assembleia de Freguesia à Assembleia Municipal, à Câmara Municipal como vereador, à Assembleia da República, secretário de Estado, ministro. Foram anos de dedicação ao meu país, a tentar fazer o meu melhor, o melhor que sabia pelo povo português", disse Pedro Nuno Santos, em declarações aos jornalistas, à saída da Comissão Nacional do PS.
O agora ex-secretário-geral do partido notou que termina assim um percurso, salientando que "a vida não termina, a vida partidária termina".
Questionado acerca se se manterá como deputado na Assembleia da República, Pedro Nuno Santos notou ainda não ter tomado "nenhuma decisão" e que o fará "nas próximas semanas".
Quanto aos maus resultados eleitorais nas Legislativas de 18 de maio, o socialista ressalvou que é necessário "uma análise profunda".
"O Partido Socialista governou 22 de 30 anos. Foram anos muito importantes de transformação social e económica do país, mas nós não podemos ignorar que há uma quantidade muito grande de portugueses que sentem que a sua vida não ata nem desata, está a marcar o. Enquanto nós não conseguirmos que essas pessoas acreditem que essas vidas podem de facto melhorar, nós não vamos recuperar a confiança das pessoas", disse.
Pedro Nuno Santos destacou ainda os últimos oitos anos em que o PS esteve no Governo, descrevendo-os como "muito importantes para o país, mas que muita gente continuou com problemas sérios".
Perguntado se se arrepende de ter chumbado a moção de confiança do anterior Governo, Pedro Nuno respondeu que "não".
"Nós temos que ser muito claros e muito transparentes. Há um primeiro-ministro, que os portugueses quiseram que continuasse a ser primeiro-ministro, mas uma coisa é ter ganho as eleições, outra coisa é eu ar a achar que o ainda primeiro-ministro merece confiança. A minha confiança não merece e sob a minha liderança também não merecia e não podia merecer confiança do meu partido. Numa democracia avançada e qualificada, o atual primeiro-ministro não era primeiro-ministro", apontou.
E sublinhou: "Não tem as condições éticas mínimas para liderar um governo, achava isso quando se votou a moção de confiança, acho isso hoje e, dificilmente, não acharei no futuro porque, aquilo que nós já sabemos, é suficiente para que alguém com o ado de Luís Montenegro não ser primeiro-ministro".
"Eu não fui calculista quando avancei para a liderança do partido e não fui calculista quando decidi que nós não podíamos dar confiança a Luís Montenegro. Mantenho aquilo que sempre defendi, porque acho que é a posição correta e a atitude correta que um político decente deve ter perante o seu povo, o seu país e a democracia", enfatizou o ex-líder socialista.
[Notícia atualizada às 13h17]
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