"Aqueles que deram, por diversas razões, os votos à direita, nas suas diferentes expressões, também eles, a sua grande maioria, vão ser vítimas das opções da política de direita", disse hoje o secretário-geral do P num comício no auditório da Junta de Freguesia de Oliveira do Douro (Vila Nova de Gaia, distrito do Porto).
Perante um auditório lotado, o líder comunista apelou à "resistência, determinação e combate" de quem vive e trabalha em Portugal, inclusive de quem votou à direita.
"É para este confronto, é para esta luta que apelamos a todos que cá vivem e cá trabalham, inclusive a todos aqueles que, como disse, por esta ou por aquela razão, votaram nos partidos da direita e vão ser alvos da consequência das suas políticas", apelou.
Segundo Paulo Ramimundo, "fazem todos falta para esse combate pelas suas vidas, fazem todos falta por esse combate por aquilo que importa, os seus salários, as suas pensões, no Serviço Nacional de Saúde, nos direitos das crianças, na paz, na saúde e habitação, vão fazer todos falta nessa batalha de todos os dias".
"A realidade é que as eleições não só não resolveram nenhum problema da vida de cada um, como criam condições para que se aumente ainda a pressão na vida de cada um", considerou.
Paulo Raimundo entende que "isto está mais ou menos da mesma maneira".
"A nossa vida continua amassada, e os grupos económicos continuam a apresentar os lucros, nalguns casos recorde do primeiro trimestre deste ano. Tudo continua na mesma ao serviço dos mesmos de sempre", apontou.
O também deputado alertou que há "uma profunda ofensiva ideológica" com o reforço do PSD, CDS, Chega e IL, em que "aqueles que se acham donos disto tudo, os donos desses partidos, vão fazer o máximo o mais rapidamente possível para não perder a oportunidade que criaram na nova situação" parlamentar.
O secretário-geral do P avisou, porém, que "isto não vai e não pode continuar assim para sempre".
"A maioria tem um papel, tem uma voz e tem um caminho", frisou.
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