O antigo secretário de Estado e comentador Miguel Prata Roque revelou que pondera avançar na 'corrida' à liderança do PS, contra a candidatura do ex-ministro da istração Interna José Luís Carneiro. O objetivo será combater os "consensos balofos" e uma tentativa de "amordaçar o debate interno" no partido.
"Os resultados eleitorais de domingo mostraram que essa falta de unidade não reconcilia o PS com os eleitores", afirmou Prata Roque, numa entrevista ao Observador.
Para já, não prestará mais "declarações públicas" sobre o assunto até "saber os resultados da Comissão Nacional do PS". Depois disso, deverá fazer uma "declaração pública".
A Comissão Nacional do PS reúne-se no sábado de manhã, a partir das 11h00, em Lisboa, para analisar os resultados das eleições legislativas e aprovar calendários e regulamentos eleitorais.
Com a saída de Pedro Nuno Santos do cargo de secretário-geral do PS, após o terceiro pior resultado da história do partido na eleições legislativas do último domingo, foram vários os nomes apontados, nos últimos dias, para ocupar o lugar de liderança. Alguns até mostraram estar disponíveis, como foi o caso da ex-ministra da Presidência Mariana Vieira da Silva, mas na quinta-feira garantiram estar fora da 'corrida', deixando, para já, Carneiro sozinho na 'luta' pela liderança.
A AD venceu as eleições legislativas de domingo, com 89 deputados, enquanto PS e Chega empataram no número de eleitos para o Parlamento, com 58 cada. A Iniciativa Liberal continua a ser a quarta força política, com mais um deputado (9) do que em 2024, e o quinto lugar é do Livre, que ou de quatro a seis eleitos.
A CDU perdeu um eleito e ficou com três parlamentares, enquanto o Bloco de Esquerda está reduzido a uma representante, tal como o PAN que manteve um deputado. O JPP, da Madeira, conseguiu eleger um deputado.
Estes resultados não incluem ainda os eleitores residentes no estrangeiro, cuja participação e escolhas serão conhecidas a 28 de maio.
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