O líder da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, respondeu a quem criticou o partido por querer avançar com uma revisão constitucional, desfazendo "argumentos falsos" dos "autoproclamados donos da Constituição" e sublinhando que "não há donos do 25 de Abril" nem "donos da rua".
A quem afirmou que o tema "não constava das propostas" do partido nas últimas legislativas, o liberal apontou que "está previsto no programa eleitoral da IL" e lembrou que foi assunto na campanha eleitoral.
"Eu próprio a anunciei numa intervenção durante a campanha e houve reações de outros partidos, alguns dos quais dizem agora que não foi tema de campanha", escreveu Rui Rocha na rede social X (ex-Twitter).
Não há donos do 25 de Abril, não há donos da rua, não há donos da Constituição. É um dever cívico combater os donos da democracia.
— Rui Rocha (@ruirochaliberal) May 23, 2025
É por isso importante desfazer argumentos falsos sobre revisão constitucional dos autoproclamados donos da Constituição
não constava das…
Já aos que dizem que "o texto original não pode ser mudado", Rui Rocha respondeu que "houve várias revisões e só não houve mais uma com propostas de vários partidos porque o Governo Costa caiu".
Recorde-se que, na quarta-feira, após a reunião com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em Belém, Rui Rocha anunciou que a IL vai apresentar um "projeto de revisão constitucional" para Portugal ter uma "sociedade mais aberta", diminuindo do "papel central" do Estado na economia. O anúncio levou a críticas de vários partidos à Esquerda.
Já em 2022, no início da última legislatura do Governo de António Costa, a IL avançou com um projeto para rever a Constituição e, segundo a Renascença, é precisamente com base nesse documento que será elaborado o novo projeto de revisão.
Nessa altura, a IL defendia a eliminação da expressão "socialismo" do preâmbulo, tornar o serviço de saúde "universal" com público, privado e social, garantir a escolha entre escola pública e privada, criar um salário mínimo municipal e colocar a Assembleia da República a escolher o Procurador-Geral da República e o presidente do Tribunal de Contas.
A AD venceu as eleições legislativas de domingo, com 89 deputados, enquanto PS e Chega empataram no número de eleitos para o Parlamento, com 58 cada. A Iniciativa Liberal continua a ser a quarta força política, com mais um deputado (9) do que em 2024, e o quinto lugar é do Livre, que ou de quatro a seis eleitos.
A CDU perdeu um eleito e ficou com três parlamentares, enquanto o Bloco de Esquerda está reduzido a uma representante, tal como o PAN - que manteve um deputado. O JPP, da Madeira, conseguiu eleger um deputado.
Estes resultados não incluem ainda os eleitores residentes no estrangeiro, cuja participação e escolhas serão conhecidas a 28 de maio.
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