A organização não-governamental Médicos Sem Fronteiras (MSF), com sede em França, refere-se em particular a uma epidemia de cólera e a casos de desnutrição graves.
O Sudão do Sul, o Estado mais jovem do mundo, independente do Sudão em 2011, enfrentou numa guerra civil entre 2013 e 2018 sendo que o acordo de partilha de poder entre os beligerantes alcançou uma situação de estabilidade muito precária e que se degradou de forma grave.
Há vários meses registam-se violentos confrontos entre as forças que apoiam o Presidente Salva Kiir e o vice-Presidente Riek Machar, que foi detido em março.
De acordo com os MSF, entre 35 mil e 85 mil refugiados do Sudão do Sul fugiram para Mattar, uma cidade etíope situada a algumas dezenas de quilómetros da zona de fronteira.
Através de um comunicado, a organização não-governamental avisa que as infra estruturas locais estão sobrecarregadas acrescentando que perante o ressurgimento de doenças transmitidas pela água, como a cólera e a diarreia, o risco de uma catástrofe sanitária é iminente.
Os Médicos Sem Fronteiras anunciaram que trataram cerca de 1.200 pessoas que sofrem de cólera e malária.
Segundo o mesmo comunicado, mais de 40% dos testes rápidos de diagnóstico da malária são positivos e cerca de 7% das crianças com menos de cinco anos de idade apresentam sinais de desnutrição aguda grave.
O organismo que presta ajuda humanitária transferiu os serviços médicos de Burbeiye, uma cidade etíope na fronteira com o Sudão do Sul, para Mattar, devido aos confrontos armados entre "o exército sul-sudanês e um grupo da oposição".
Por outro lado, os MSF afirmaram ter recebido mais de 200 pessoas com ferimentos de guerra, em Burbeiye, desde o início dos combates, em fevereiro.
Os Médicos Sem Fronteiras instaram as várias partes envolvidas no conflito no Sudão do Sul a garantirem uma zona humanitária segura e capaz de proteger os civis e os funcionários que estão envolvidos na ajuda de emergência.
A organização apelou também aos doadores internacionais para que reforcem a ajuda, porque, disseram, em Mattar "não há abrigo, água e cuidados médicos suficientes para as pessoas que fugiram da violência".
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