Num leilão da Christie's, que atraiu a atenção de especialistas e entusiastas internacionais, Lau apresentou 211 lotes de vinhos de gama alta, incluindo raridades do produtor de renome Henri Jayer, bem como colheitas icónicas da Petrus e seleções exclusivas do Domaine de la Romanée-Conti.
Impulsionada pelo sucesso das duas edições anteriores, em 2022, a expectativa em torno do leilão era considerável.
A primeira edição, realizada em abril de 2022 e batizada de "Iconic Wines of Joseph Lau Part I", alcançou um resultado sem precedentes, com todos os lotes vendidos e receitas superiores a 63 milhões de dólares de Hong Kong (cerca de sete milhões de euros), triplicando a estimativa pré-venda.
A segunda edição, em novembro, gerou mais de 61 milhões de dólares de Hong Kong (6,8 milhões de euros), o dobro da avaliação inicial.
Os resultados reforçaram a posição de Lau como um dos curadores de vinhos mais influentes da Ásia e captaram a atenção de investidores de todo o mundo.
A terceira parte desta série prometia garrafas raras e incluía uma seleção de vinhos de Henri Jayer, produtor da região Borgonha. Muitas destas garrafas foram adquiridas no leilão de 2012 da Christie's "The Private Cellar of Henri Jayer".
Entre os lotes em destaque encontrava-se um conjunto de 10 garrafas de Henri Jayer Vosne-Romanée Cros Parantoux 1999. Foi também oferecido um lote de nove garrafas de Henri Jayer Vosne-Romanée Cros Parantoux 2001.
Esta última coleção foi vendida no leilão da Christie's por quase 73 milhões de dólares de Hong Kong (cerca de oito milhões de euros), o dobro do valor estimado.
Lau, de 73 anos, tem uma fortuna avaliada em cinco mil milhões de dólares (4,41 mil milhões de euros), de acordo com o Bloomberg Billionaires Index.
A riqueza provém principalmente das propriedades comerciais que detém, em conjunto com a família, bem como da participação na Chinese Estates Holdings Ltd, uma das principais empresas imobiliárias em Hong Kong.
No entanto, o setor imobiliário do centro financeiro asiático registou um abrandamento acentuado, o que teve um impacto negativo na atividade do empresário.
Lau demitiu-se do cargo de diretor executivo e presidente da Chinese Estates depois de ter sido condenado por suborno e fraude em Macau, em 2014.
A condenação decorreu no âmbito do processo do ex-secretário das Obras Públicas e Transportes de Macau (1999-2006) Ao Man Long, condenado a 29 anos de prisão por crimes de corrupção, branqueamento de capitais, abuso de poder e riqueza injustificada.
Como Macau e Hong Kong não têm um pacto de extradição, Joseph Lau não cumpriu a pena de cinco anos e três meses de prisão a que foi condenado.
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