Fonte egípcia ligada ao processo, que falou hoje à agência Efe sob condição de anonimato, referiu que a delegação israelita, composta por responsáveis do Exército, do Shin Bet e do gabinete do primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu, retirou-se das negociações que decorrem em Doha com a mediação do Qatar, do Egito e dos Estados Unidos.
"A delegação [israelita] declarou antes da sua retirada que existe um ime nas negociações sobre um acordo de troca de prisioneiros", acrescentou, referindo-se à equipa de negociação israelita, que se encontrava na capital do Qatar desde a semana ada, embora não tenham sido anunciados progressos desde então.
Israel anunciou na terça-feira que chamou "para consultas" os encarregados das negociações em Doha para a libertação dos reféns em troca de um cessar-fogo em Gaza.
Os israelitas referiram que aceitaram uma "proposta norte-americana para o regresso dos reféns" que foi "transmitida ao [movimento islamita palestiniano] Hamas pelos mediadores" (Egito e Qatar), mas "o Hamas mantém a recusa", segundo um comunicado do gabinete do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.
A fonte egípcia confirmou à Efe que altos funcionários da delegação israelita abandonaram Doha na terça-feira à noite, ficando apenas a equipa de técnicos na capital do Qatar.
Explicou ainda que a diferença entre as duas delegações é muito grande e que o Hamas insiste no empenho de Israel em acabar com a guerra e reitera a sua disponibilidade para libertar os reféns israelitas imediatamente em troca do "fim da guerra de extermínio, da retirada do exército israelita de Gaza e da libertação dos prisioneiros palestinianos".
No entanto, "a delegação israelita está a fugir a esta exigência ao insistir na ocupação contínua de Gaza, no desarmamento das fações palestinianas e na retirada dos líderes do Hamas de Gaza, uma exigência" que o grupo palestiniano rejeita, acrescentou.
No mesmo dia, o Hamas acusou Netanyahu de querer "frustrar o processo negocial e destruir qualquer perspetiva de libertação de prisioneiros" depois de o líder israelita ter anunciado um plano para deslocar a população de Gaza.
A ofensiva israelita em Gaza matou pelo menos 53.762 palestinianos desde o seu início, em outubro de 2023, segundo o boletim diário de vítimas hoje divulgado pelo Ministério da Saúde local, que não inclui os que morreram hoje.
O ministério, cujos dados a ONU considera fidedignos, atualizou os seus números para incluir os 107 mortos registados ao longo do dia de quarta-feira, entre os quais três corpos recuperados de entre os escombros ou em locais de difícil o.
A guerra em curso em Gaza foi desencadeada pelo ataque sem precedentes do Hamas ao sul de Israel em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.
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