Delegação do Parlamento Europeu vai debater com EUA relações comerciais

Uma delegação da Comissão do Comércio Internacional do Parlamento Europeu vai a Washington entre terça e quinta-feira da próxima semana para discutir as relações políticas, comerciais e investimento entre Estados Unidos e União Europeia (UE), foi hoje anunciado.

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© Martin Bertrand / Hans Lucas / Hans Lucas via AFP

Lusa
22/05/2025 10:41 ‧ há 8 horas por Lusa

Mundo

Tarifas

Em nota à imprensa, a assembleia europeia avançou que a delegação -- chefiada pelo presidente da comissão parlamentar e relator permanente para as relações comerciais entre a UE e os EUA, o eurodeputado socialista Bernd Lange -- deverá "reunir-se com diferentes departamentos da istração norte-americana e com legisladores".

 

"As reuniões incluirão também organizações empresariais dos EUA, bem como as principais empresas da UE ativas nos Estados Unidos. Os membros reunir-se-ão igualmente com representantes de sindicatos, organizações de consumidores, grupos de reflexão e universidades dos EUA", referiu a instituição.

Os deputados vão conhecer a forma como as tarifas impostas pela istração dos Estados Unidos estão a ser aplicadas, como as empresas se estão a adaptar às tarifas e como podem as tensões comerciais entre os dois blocos transatlânticos ser atenuadas no futuro.

A Comissão Europeia atualizou na segunda-feira as suas previsões económicas, que foram afetadas negativamente pela incerteza causada pelas tensões comerciais devido aos anúncios norte-americanos de pesadas tarifas.

A instituição reviu em baixa o crescimento económico da zona euro para este ano, de 1,3% para 0,9%.

Bruxelas alertou ainda para uma contração do Produto Interno Bruto (PIB) e pressões inflacionistas, falando numa taxa média de direitos aduaneiros dos Estados Unidos mais elevada do que na década de 1930.

As tensões comerciais devem-se aos anúncios de Donald Trump de imposição de taxas de 25% para o aço, o alumínio e os automóveis europeus e de 20% em tarifas recíprocas ao bloco comunitário, estas últimas, entretanto, suspensas por 90 dias.

A suspensão acalmou os mercados, que chegaram a registar graves perdas, e foi saudada e secundada pela UE, que suspendeu, durante o mesmo período e até meados de julho, as tarifas de 25% a produtos norte-americanos em resposta às aplicadas pelos Estados Unidos ao aço e alumínio europeus.

A Comissão Europeia, que detém a competência da política comercial da UE, tem optado pela prudência e essa cautela é apoiada por países como Portugal.

Bruxelas quer, nesta pausa de 90 dias, conseguir negociar com Washington, tendo já proposto tarifas zero para bens industriais nas trocas comerciais entre ambos os blocos.

Cálculos da Comissão Europeia divulgados em meados de abril indicam que os novos direitos aduaneiros norte-americanos podem implicar perdas de 0,8% a 1,4% no PIB dos Estados Unidos até 2027, sendo esta percentagem de 0,2% do PIB no caso da União Europeia (UE).

No pior cenário, isto é, se os direitos aduaneiros forem permanentes ou se houver outras contramedidas, as consequências económicas serão mais negativas, de até 3,1% a 3,3% para os Estados Unidos e de 0,5% a 0,6% para a UE.

Em termos globais, o executivo comunitário estima uma perda de 1,2% no PIB mundial e uma queda de 7,7% no comércio mundial em três anos.

Atualmente, 379 mil milhões de euros em exportações da UE para os Estados Unidos, o equivalente a 70% do total, estão sujeitos às novas tarifas (incluindo as suspensas temporariamente) desde que a nova istração dos Estados Unidos tomou posse.

Leia Também: Tarifas de Trump? China pede "calma" à Organização Mundial do Comércio

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