O candidato anunciado à liderança do Partido Socialista ((PS), José Luís Carneiro, assegurou, este sábado, que o partido "tudo fará para contribuir para a estabilidade política do país", deixando nas mãos do Governo a tomada de um "primeiro o" para o diálogo.
“Compreendemos bem a mensagem que nos foi endereçada e o PS, naquilo que de si depender, tudo fará para contribuir para a estabilidade política do país. Foi isso que os cidadãos nos pediram durante o percurso da campanha eleitoral e é esse o percurso que nós procuraremos garantir", disse José Luís Carneiro aos jornalistas, após a Comissão Nacional do PS, em Lisboa.
"Naturalmente, compete ao Governo, à AD, maioritariamente votada, dar, o primeiro o para que esse diálogo se possa encetar", acrescentou.
O antigo ministro socialista expressou ainda a sua "vontade e disponibilidade para saber ouvir e dar voz" não só aos socialistas, mas a todos os portugueses. "Ir ao seu encontro, saber ouvi-los, compreende-los e saber incorporar as suas preocupações na proposta politica do PS", apontou.
Além disso, disse estar também disponível "para garantir a construção de uma solução de unidade, na diversidade".
"O que eu garanti aos meus colegas é que só quem não quiser não estará nos órgãos de direção ou nas estruturas de responsabilidade do PS. Ou seja, procurar uma solução de unidade e de inclusão", completou.
Estas ideias já tinham sido transmitidas na sua intervenção na Comissão Política Nacional, segundo tinha noticiado a agência Lusa.
José Luís Carneiro considerou que o PS deve votar contra a moção de rejeição ao Programa do Governo apresentada pelo P, mas quer que a AD se defina sobre com que partidos quer tratar os temas do regime e da governabilidade.
A prioridade do socialista que há um ano e meio perdeu a disputa interna para o agora ex-líder do PS está nas eleições autárquicas e a sua única promessa foi trabalho "para o PS voltar a ser o maior partido".
Para o antigo ministro da istração Interna, é preciso "uma reflexão profunda" e diálogo que "deve ser feito para dentro e para fora".
José Luís Carneiro fez ainda um agradecimento a Pedro Nuno Santos, seu adversário na eleição anterior e que hoje deixou a liderança do partido, e pediu "humildade democrática" perante os resultados de domingo.
Recorde-se que até ao momento, José Luís Carneiro é o único candidato oficial à liderança do PS. A busca de um sucessor para Pedro Nuno Santos dá-se após este ter-se demitido do cargo de secretário-geral (com efeitos oficiais hoje), devido aos maus resultados obtidos pelo partido nas eleições legislativas.
Pedro Nuno Santos vai, para já, ser substituído interinamente pelo presidente do PS, Carlos César.
As eleições diretas para escolher o novo secretário-geral do PS vão decorrer em 27 e 28 de junho, como previa o calendário proposto pelo presidente do partido que foi aprovado na Comissão Nacional com 201 votos a favor e cinco contra.
[Notícia atualizada às 15h58]
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