A relação entre o presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, e o candidato à Presidência da República, Luís Marques Mendes, não é a melhor desde 2005, altura em que o então presidente do PSD não apoiou a candidatura autárquica de Isaltino Morais a Oeiras. Na semana ada, cruzaram-se no Jamor, na final da Taça de Portugal, e nem falaram, mas o autarca garantiu não ter "nenhum rancor" e justificou o apoio ao almirante Gouveia e Melo nas eleições presidenciais.
"O almirante não tem a manha de Marques Mendes, que é um político com toda a manhosidade. Apoio o almirante Gouveia e Melo e digo porquê. Dizem que não conhecem o pensamento do almirante, mas ainda agora no discurso de apresentação da candidatura referiu-se aos populismos e aos perigos que podem corroer a democracia", explicou, em entrevista à SIC Notícias, Isaltino Morais.
Confrontado com algumas das contradições de Gouveia e Melo nos últimos meses, sobretudo em relação ao investimento em Defesa e ao serviço militar obrigatório, Isaltino Morais argumentou que a "dinâmica política, hoje em dia, é muito acelerada".
"Gera-se uma dinâmica que empurra as pessoas, se se sentirem em condições, para assumir determinada responsabilidade. A candidatura do almirante Gouveia e Melo, de certa forma, emanou do povo, de baixo para cima. Gradualmente foi-se apercebendo da adesão popular a uma eventual candidatura. Populista é aquele que mente descaradamente e que promete coisas que sabe não poder cumprir. Quem retifica o que diz não é populista, é sério", acrescentou o presidente da Câmara de Oeiras.
Na quinta-feira, durante a apresentação da candidatura, Henrique Gouveia e Melo defendeu que o país precisa de um Presidente "diferente, estável e confiável", "acima de disputas partidárias", que se faça ouvir "usando da palavra com contenção e propriedade" e prometeu respeitar os partidos, "pilares fundamentais da democracia, assim como a separação de poderes", tendo sempre em mente que o Presidente da República "não governa".
Além disso, o antigo Chefe do Estado-Maior da Armada defendeu a ideia de um chefe de Estado "que não seja um mero espetador da vida política, mas que interpele e exija quando necessário, pois representa todo o povo".
No final do discurso foi entoado o Hino Nacional e Gouveia e Melo esteve rodeado de jovens no palco que expunha o 'slogan' da campanha: "Unir Portugal".
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