O antigo ministro das Finanças, Mário Centeno, recusa dizer, para já, se avança ou não com uma candidatura à liderança do Partido Socialista (PS).
Questionado sobre se ite tornar-se militante do partido para poder entrar na corrida, o atual governador do Banco de Portugal respondeu: "Não costumo ser deselegante nem deixar de responder a perguntas, mas você vai obviamente perdoar que eu e ao próximo."
A questão dos jornalistas surgiu após a apresentação do Relatório de Estabilidade Financeira, na quarta-feira.
Recorde-se que, na mesma ocasião, Mário Centeno já tinha defendido que a estabilidade política é "um ativo precioso nos tempos que correm", numa conjuntura externa em que a incerteza é uma palavra que "é difícil não (...) utilizar".
Mário Centeno considerou que deve haver "um quadro muito claro de previsibilidade e estabilidade" em Portugal e criticou enquadramentos políticos "em que se tomam decisões num dia e depois voltam para trás" no outro.
Pedro Nuno Santos deixará de ser secretário-geral do PS já no sábado, após a Comissão Nacional, e será o presidente do partido, Carlos César, a assumir interinamente a liderança socialista.
José Luís Carneiro foi o primeiro a manifestar-se disponível para suceder ao ainda secretário-geral, defendendo que o partido deve fazer "uma reflexão profunda" e abrir um novo ciclo, contribuindo para a estabilidade política.
Entretanto, também Mariana Vieira da Silva disse estar disponível para ajudar o PS a encontrar um "caminho de união" e que nunca excluiu uma candidatura, mas rejeitou pressa no processo para a nova liderança que deve ouvir as sensibilidades.
Já Alexandra Leitão e Álvaro Beleza descartaram a possibilidade de estarem na corrida.
A Comissão Nacional do PS para aprovar o calendário eleitoral interno, depois do anúncio da demissão de Pedro Nuno Santos da liderança, foi convocada para sábado, em Lisboa, também para analisar os resultados das legislativas.
O PS alcançou o terceiro pior resultado da sua história em legislativas, ficando quase empatado com o Chega, o que levou o seu líder, Pedro Nuno Santos, a apresentar a demissão um ano e meio após a sua eleição.
Leia Também: Alexandra Leitão não será candidata a líder do PS: "Foco agora é na CML"