A ex-coordenadora do Bloco de Esquerda Catarina Martins reagiu à proposta de revisão constitucional da Iniciativa Liberal (IL), revelando que a Comissão Política do BE se reuniu na terça-feira para analisar também este "perigo".
"Quando a Comissão Política do Bloco reuniu ontem, sabíamos do perigo. Esta manhã, confirmou-se. Disse-vos que seria rápido. Temos de agir rapidamente também. Toda a Esquerda", escreveu Catarina Martins no X (ex-Twitter).
Face ao quadro político resultante das eleições legislativas de domingo, a AD (PSD/CDS-PP) e a coligação PSD/CDS-PP/PPM nos Açores, a IL e o Chega têm juntos mais de dois terços dos deputados, somando por enquanto 156 eleitos em 230, quando estão ainda por atribuir quatro mandatos pela emigração.
Quando a Comissão Política do Bloco reuniu ontem, sabíamos do perigo. Esta manhã, confirmou-se.
— Catarina Martins (@catarina_mart) May 21, 2025
Disse-vos que seria rápido. Temos de agir rapidamente também. Toda a esquerda.
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Uma maioria de dois terços de deputados - 154 - permite aprovar alterações à Constituição e é também o mínimo exigido, por exemplo, para se eleger juízes do Tribunal Constitucional, o provedor de Justiça, o presidente do Conselho Económico e Social e vogais do Conselho Superior da Magistratura, entre outros órgãos.
Esta quarta-feira de manhã, a IL anunciou que vai apresentar um projeto de revisão constitucional para reduzir o "papel central" do Estado na economia, que disse contar com os votos de todos os partidos que se revejam nessa visão.
Questionado sobre quais são as alterações que quer que sejam feitas à Constituição, Rui Rocha deu como exemplo "a questão do papel do Estado, como central na economia", que considerou estar refletida na lei fundamental.
A Constituição foi revista pela última vez em 2005, mas, em 2022, foi despoletado na Assembleia da República outro processo de revisão constitucional, que acabou por não ser concluído com a queda do Governo de António Costa.
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