China exige à OMC supervisão de "tarifas unilaterais"

O ministro chinês do Comércio, Wang Wentao, instou a Organização Mundial do Comércio (OMC) a reforçar a supervisão das "tarifas unilaterais" e a apresentar propostas políticas "objetivas e neutras", segundo um comunicado divulgado hoje.

Organização Mundial do Comércio

© FABRICE COFFRINI/AFP via Getty Images

Lusa
04/06/2025 07:38 ‧ há 2 dias por Lusa

Mundo

Tarifas

De acordo com o Ministério do Comércio chinês, Wang reuniu-se na terça-feira com a diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, à margem de uma reunião ministerial da organização em Paris, onde mantiveram uma "discussão aprofundada sobre a grave situação do comércio mundial".

 

"Em resposta à imposição arbitrária de tarifas por parte de alguns membros, a OMC deve reforçar a supervisão destas tarifas unilaterais e oferecer recomendações políticas objetivas e neutras", afirmou o ministério, numa referência velada aos Estados Unidos.

A mensagem instou ainda os países-membros da OMC a garantir que quaisquer acordos comerciais bilaterais "cumpram as regras" da organização e "evitem prejudicar os interesses de terceiros".

Wang reiterou a posição da China de defender "um sistema comercial multilateral" e afirmou que a OMC tem o seu apoio para desempenhar "um papel mais importante na governação económica global".

O ministro chinês reuniu-se ainda com o Comissário Europeu para o Comércio, Maros Sefcovic, com quem manteve discussões "profundas, francas e abrangentes" sobre "questões urgentes e importantes relacionadas com a cooperação económica e comercial entre a China e a União Europeia".

De acordo com o ministério, Wang apelou a maiores esforços para "preparar a importante agenda entre a China e a UE este ano", que inclui uma cimeira para celebrar o 50.º aniversário das relações bilaterais.

Os presidentes da Comissão Europeia e do Conselho Europeu, Ursula von der Leyen e António Costa, respetivamente, deverão deslocar-se a Pequim na segunda metade de julho para se reunirem com o líder chinês, Xi Jinping.

Von der Leyen afirmou que a UE deve "trabalhar construtivamente com a China para encontrar soluções" ao longo deste ano, e que Bruxelas deve "manter uma relação mais equilibrada com Pequim, num espírito de justiça e reciprocidade".

A UE apelou ainda à China para evitar "uma nova escalada" na guerra comercial desencadeada pelas tarifas anunciadas pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, embora Pequim acredite que Washington não está a cumprir o acordo alcançado pelas duas potências em Genebra.

Por seu lado, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, reuniu-se na terça-feira com o embaixador dos Estados Unidos na China, David Pound, a quem chamou a atenção para a introdução recente de "uma série de medidas negativas baseadas em argumentos infundados, minando os direitos e interesses legítimos da China".

"Opomo-nos firmemente a isso", sublinhou o chefe da diplomacia chinesa.

Entre as medidas referidas estão a suspensão das vendas de programas informáticos para o desenho de semicondutores, novos controlos à exportação de semicondutores vitais para a inteligência artificial e a revogação de vistos para estudantes chineses, uma medida que a China descreveu como discriminatória.

Em 12 de maio, ambas as potências acordaram uma trégua tarifária de três meses, na qual os EUA se comprometeram a reduzir as tarifas de 145% para 30% e a China de 125% para 10%, numa tentativa de abrir caminho a um acordo mais amplo.

Leia Também: Gabinete de Comércio dos EUA prolonga isenções sobre alguns produtos chineses

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas