Depois de contados mais de 98% dos boletins de voto, Lee venceu as eleições com 49,2% contra 41,5% para Kim, de acordo com os dados oficiais publicados pela Comissão Eleitoral sul-coreana.
"Aceito humildemente a escolha do povo. Parabéns ao candidato eleito, Lee Jae-myung", declarou Kim numa breve conferência de imprensa em Seul.
Lee venceu confortavelmente as presidenciais, marcadas por uma afluência maciça - 79,4%, a mais elevada em 28 anos - de eleitores ansiosos por virar a página, após seis meses de caos político na sequência da breve proclamação da lei marcial pelo anterior titular do cargo, Yoon Suk-yeol, rapidamente revertida.
O novo Presidente eleito da Coreia do Sul, que vai tomar posse na quarta-feira, prometeu "não desiludir as expectativas do povo" e apelou para a unidade no país, extremamente polarizado.
"Podemos ter tido pontos de vista diferentes, posições diferentes e usado cores diferentes durante algum tempo. Mas hoje, somos todos o mesmo povo, orgulhoso desta grande nação. Caminhemos juntos", gritou o antigo operário fabril de 60 anos aos apoiantes em júbilo.
Tal como durante toda a campanha, Lee, que esteve perto da morte no ano ado depois de ter sido esfaqueado no pescoço na rua por um dos seus críticos, discursou atrás de um vidro à prova de bala e protegido por um enorme dispositivo policial.
Yoon foi destituído em abril, o que desencadeou as eleições presidenciais, e está atualmente a ser julgado por insurreição, crime punível com a morte, e abuso de poder.
"Nunca mais as armas (...) serão utilizadas para intimidar o povo num golpe de Estado militar", declarou Lee, falando à população no país, onde já é madrugada de quarta-feira.
O chefe de Estado eleito prometeu também "prosseguir o diálogo, a comunicação e a cooperação" com a Coreia do Norte, país com o qual as relações se tornaram extremamente tensas durante a presidência de Yoon Suk-yeol.
Lee Jae-myung destacou-se na noite da imposição da lei marcial, por ter transmitido em direto a corrida frenética que fez em direção ao parlamento, cercado pelo Exército, onde conseguiu entrar sorrateiramente com cerca de mais 200 deputados para votar uma moção para derrotar o golpe de Yoon.
Os numerosos processos judiciais em curso contra ele, nomeadamente por corrupção, não demoveram o eleitorado.
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