O Sporting conquistou, na tarde deste domingo, a 18.ª Taça de Portugal no seu palmarés, ao vencer o eterno rival Benfica, por 1-3, num duelo disputado no Estádio Nacional, no Jamor.
Depois do golo marcado por Kokçu no início da etapa complementar, Gyokeres, Harder e Francisco Trincão anotaram os três golos da remontada que permitiram ao Sporting juntar o campeonato à conquista da prova rainha do futebol português. Feito repete-se 23 anos depois.
Filme do jogo:
29 anos depois do último dérbi no Jamor, e na nona ocasião em que estas duas equipas se defrontavam na final da Taça de Portugal, Benfica e Sporting encontravam-se no Jamor em busca de dois objetivos bem distintos. Os leões queriam alcançar a dobradinha que escapava há 23 anos, ao o que as águias tinham em mente juntar a prova rainha à Taça da Liga.
Em relação à ultima jornada do campeonato, que ditou o bicampeonato para o Sporting, as duas equipas promoveram alterações nas respetivas equipas inicias. Rui Borges colocou em campo St. Juste no lugar de Diomande e Zeno Debast no de Morita. Do lado do Benfica, e além da já esperada titularidade de Samuel Soares, Bruno Lage surpreendeu com a aposta em Samuel Dahl e em Bruma.
Num ambiente festivo desde o apito inicial, a primeira parte foi ao encontro do que se ava fora das quatro linhas. O Benfica foi a melhor equipa na etapa inicial, com as melhores ocasiões, mas sem golos para animar a 85.ª final da Taça de Portugal.
O primeiro sinal de perigo foi mesmo por parte dos vice-campeões nacionais. Aos cinco minutos, Kokçu rematou forte do meio da rua, para defesa atenta de Rui Silva. Logo de seguida, Catamo ou em velocidade por Carreras, mas não conseguiu que a bola chegasse ao sueco Viktor Gyokeres.
Aos 12 minutos, gerou-se o primeiro momento de maior análise no encontro. Luís Godinho assinalou penálti por mão na bola de Gonçalo Inácio, mas o VAR descobriu um fora de jogo de Kokçu no início da jogada e o castigo máximo foi retirado. O Benfica assumiu depois o controlo das incidências e esteve perto de quebrar o nulo ao minuto 12. Pavlidis apareceu solo e rematou para defesa de Rui Silva. A bola ainda bateu no poste da baliza leonina.
O Benfica voltaria a criar perigo ao minuto 28. Depois de Catamo cortar um e que deixaria Dahl isolado, Pavlidis acabou por cabecear por cima na sequência de um pontapé de canto. O Sporting só ameaçou a baliza de Samuel Soares já perto do tempo de intervalo. Gyokeres recebeu a bola, trabalhou bem, mas rematou rasteiro para defesa do guardião encarnado.
No regresso do intervalo, e à semelhança do que tinha acontecido logo depois do apito inicial de Luís Godinho, o Benfica entrou melhor do que o rival lisboeta e abriu a contagem no Jamor aos 48 minutos. Kokçu puxou a culatra atrás e surpreendeu Rui Silva com um remate rasteiro e colocado. A festa 'rebentou' no topo norte do Estádio Nacional.
Golo a abrir e a fechar a segunda parte... e prolongamento
O Sporting acusou muito esta reentrada mais agressiva do Benfica e dois minutos depois houve novo golo. Bruma tocou com Pavlidis e o grego serviu o internacional português para que este pudesse aumentar a contagem. No entanto, e após rever as imagens no VAR, Luís Godinho anulou este remate certeiro por falta de Carreras sobre Francisco Trincão no início da jogada.
A precisar de correr atrás do prejuízo para ainda sonhar com a dobradinha, Rui Borges abriu as hostilidades no que às mexidas diz respeito. Retirou Debast da partida e colocou em campo Morita. Bruno Lage respondeu pouco depois e teve de retirar de campo o lesionado Kokçu, que deu a vez a Renato Sanches.
Com o aproximar do fim do tempo regulamentar, a partida tornou-se um pouco feia e sem grandes ocasiões de golo. Os treinadores iam fazendo mexidas em busca de dar uma nova vida ao que se ava dentro das quatro linhas, mas sem grande sucesso. Já dentro dos últimos dez minutos, a turma encarnada esteve perto de aumentar a vantagem.
Aos 82 minutos, e depois de uma perda de bola de Eduardo Quaresma, o norueguês Schjelderup assistiu Belotti e só uma boa defesa de Rui Silva impediu o segundo das águias. Já nos descontos, o mesmo avançado italiano isolou Leandro Barreiro para uma defesa apertada do internacional português. Mas se pensava que o jogo estava decidido, desengane-se.
No último minuto do tempo extra, o Sporting deixou um valente balde de água fria sobre as intenções encarnadas. Renato Sanches não conseguiu parar a arrancada de Viktor Gyokeres e só travou o sueco em falta dentro da grande área. Luís Godinho apontou para a marca de penálti e o camisola 9 dos leões não vacilou, atirando o dérbi para mais 30 minutos de jogo.
Remontada no tempo extra e machadada final
Esta reta final de dérbi no Jamor pedia mais 30 minutos de jogo e eis que, logo nos primeiros instantes do prolongamento, houve novo momento de festa no Estádio Nacional. Na sequência de um canto, a bola sobra para Trincão. O português cruza desde a direita e Harde surge no meio dos centrais encarnados para a remontada dos bicampeões nacionais. Após marcar, o dinamarquês mandou calar os adeptos do clube da Luz.
A perder, Bruno Lage foi ao banco de suplentes buscar o argentino Di María, com o objetivo de tentar colocar alguma criatividade no ataque encarnado. É certo que o Benfica atacava com todas as unidades disponíveis, mas não conseguia incomodar a baliza de Rui Silva. O golo acabou por aparecer do outro lado. Harder encontrou Trincão e este tirou António Silva do caminho para fixar o resultado final no Jamor.
O Sporting voltou, assim, a conquistar a Taça de Portugal, algo que não acontecia desde 2018. Os leões conseguem também a dobradinha, a primeira desde 2022, e chegam à maioridade no que diz respeito às provas rainhas. Segue-se novo duelo com o Benfica, desta feita no arranque da nova época para a Supertaça Cândido de Oliveira.
Momento do jogo: A falta cometida por Renato Sanches a acabar o encontro e o respetivo penálti convertido por Gyokeres acabaram por ditar o que foi esta conquista leonina.
Equipas iniciais
Benfica: Samuel Soares, Tomás Araújo, Nicolás Otamendi, António Silva, Álvaro Carreras, Orkun Kokçu, Samuel Dahl, Florentino Luís, Bruma, Kerem Akturkoglu e Vangelis Pavlidis.
Suplentes: Trubin, Aursnes, Arthur Cabral, Di María, Leandro Barreiro, Belotti, Schjelderup, Bajrami e Renato Sanches.
Sporting: Rui Silva, Eduardo Quaresma, St. Juste, Gonçalo Inácio, Geny Catamo, Morten Hjulmand, Zeno Debast, Maxi Araújo, Francisco Trincão, Pedro Gonçalves e Viktor Gyokeres
Suplentes: Franco Israel, Matheus Reis, Hidemasa Morita, Conrad Harder, Iván Fresneda, Biel Teixeira, David Moreira, Geovany Quenda e Eduardo Felicíssimo.
Antevisão
Hoje é dia de festa no Estádio Nacional no Jamor. Benfica e Sporting encerram, na tarde deste domingo, a temporada desportiva em Portugal com um sempre escaldante dérbi da capital na final da edição 2024/25 da Taça de Portugal.
Frente a frente estão dois rivais com objetivos bem distintos. O Sporting procura conquistar a primeira dobradinha em mais de 20 anos, enquanto o Benfica joga o seu futuro próximo no Jamor.
Depois de conquistar há cerca de uma semana o seu primeiro bicampeonato em mais de 70 anos, o clube de Alvalade pode agora alcançar a dobradinha, algo que aconteceu pela última vez em 2001/02, e reforçar uma época que já é histórica.
Do outro lado está um Benfica que tem pela frente um jogo que vale muito mais do que um mero título. Ainda que esse possa ser um cenário pouco provável, a conquista ou não da Taça de Portugal poderá ditar o futuro de Bruno Lage, apesar de Rui Costa ter garantido que o técnico iria começar a nova época. De resto, o líder das águias poderá estar dependente deste troféu, desde logo porque se aproxima um ato eleitoral no clube, em outubro.
Espera-se, por isso, um jogo de alto risco no Jamor, que não acontece nestes palcos desde 1996. 29 anos depois, Benfica e Sporting voltam a encontrar-se no Estádio Nacional para encerrar a temporada desportiva e que se espera que não termine como o anterior.
Este vai ser o primeiro dérbi numa final da Taça entre os dois rivais - que disputaram até à última jornada da I Liga o título de campeão nacional - desde esse fatídico encontro de 1996. Na altura, o sportinguista Rui Mendes morreu na bancada norte do recinto, vítima de um disparo de um 'very light' do lado oposto, feito pelo adepto benfiquista Hugo Inácio.
29 anos aram e os dois rivais reencontram-se no Jamor. O Benfica é recordista de títulos na Taça de Portugal, com 26, mas há quase uma década que não sai vencedor da ida até ao Estádio Nacional (a última vez foi em 2016/17, com Rui Vitória). Por seu turno, o Sporting tem 17 Taças no seu museu, a última alcançada em 2018/19, e vem de uma derrota na final da última edição da prova rainha contra o FC Porto.
A final da 85.ª edição da Taça de Portugal entre Benfica e Sporting tem início agendado para as 17h15 deste domingo, contará com arbitragem de Luís Godinho, da Associação de Futebol de Évora, e poderá acompanhá-lo, em direto, através do Desporto ao Minuto.
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