Na sequência de uma reunião do Secretariado Regional do PS/Açores, em Ponta Delgada, os socialistas com assento no órgão referem, em comunicado, que os resultados eleitorais "representam uma mudança relevante na composição da Assembleia da República", e "exigem por parte do PS, no seu conjunto, uma reflexão profunda sobre as causas e um renovado empenho na procura das melhores soluções para recuperar a confiança da maioria" dos cidadãos.
De acordo com a estrutura regional, o crescimento da extrema-direita é "um fenómeno complexo que se tem vindo a acentuar em vários países europeus", representando um "sinal de alarme para o estado da democracia e para os valores que sustentam o regime democrático".
O Secretariado Regional aponta a necessidade de "reforçar o compromisso do partido com uma oposição firme, responsável e construtiva que, em primeiro lugar, afirme um projeto alternativo com soluções concretas para os problemas que afetam a vida das famílias e das empresas, defenda os interesses dos açorianos e combata a radicalização do debate público no país e nos Açores".
A coligação PSD/CDS-PP/PPM reforçou no domingo a sua posição nas legislativas pelo círculo eleitoral dos Açores, ando de dois para três mandatos, enquanto o PS perdeu um assento (tinha dois) e o Chega manteve o deputado eleito em 2024.
Num círculo representado desde sempre no parlamento por cinco deputados, os sociais-democratas Paulo Moniz e Francisco Pimentel foram reeleitos e fazem-se agora acompanhar no hemiciclo por Maria Nuna Menezes.
O PS/Açores conseguiu segurar Francisco César, líder do partido na região, sendo que Sérgio Ávila abandonou a Assembleia da República.
Estas foram as primeiras eleições desde que Francisco César assumiu a liderança da estrutura partidária e também a sua primeira derrota.
O Chega/Açores, que elegeu pela primeira vez para a Assembleia da República nas legislativas de 2024, quebrando a hegemonia social-democrata e socialista (apenas interrompida anteriormente pelo PRD, em 1985), tinha como cabeça de lista Francisco Lima, que não vai assumir o mandato. O partido será representado por Ana Martins, terceira na lista.
A coligação PSD/CDS-PP/PPM, que governa os Açores e apenas no arquipélago concorreu com esta formação (o PPM não a integrou no restante território), conseguiu vencer em quase todas as ilhas, com exceção do Corvo (onde ganhou o PS).
Esta foi a primeira vez desde 2011 que uma candidatura liderada pelo PSD conseguiu eleger três dos cinco mandatos da região.
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