Os manifestantes bloquearam o trânsito nas saídas destas três cidades, afetando centenas de pessoas, e exigiram a demissão do atual Presidente da Bolívia, Luis Arce, a quem acusam de ter provocado a fragmentação do partido Movimento ao Socialismo (MAS).
Evo Morales pertencia ao MAS, entretanto, saiu em fevereiro do partido porque este está sob o controlo de Arce, seu ex-aliado.
Os apoiantes de Morales ameaçaram ainda continuar com estas medidas de pressão contra o Governo --- que acusam de ser responsável pela escassez de alimentos e combustíveis --- até a demissão do chefe de Estado boliviano.
O ministro de Governo, Roberto Rios, condenou estas manifestações e acusou os apoiantes de Morales de tentarem "boicotar" o processo eleitoral, já que o ex-Presidente continua inabilitado por decisão judicial e não pode participar nas eleições de agosto.
Além disso, há uma disputa interna no MAS entre os 'evistas' [apoiantes de Evo Morales] e os 'arcistas' [apoiantes de Luis Arce]. Estas diferenças agravaram-se ao ponto de o próprio Presidente Arce acusar Morales de tentar um "golpe de Estado" no país ao convocar estas manifestações.
O Tribunal Constitucional boliviano decidiu, em maio, que Evo Morales (2006-2019) não poderia ser candidato a um quarto mandato, por ter ocupado o cargo de Presidente mais de duas vezes.
No entanto, o antigo Presidente boliviano já tentou candidatar-se às presidenciais por diversas vias, incluindo uma candidatura pelo Partido Ação Nacional Boliviano (PAN-BOL), todas sem sucesso.
Na semana ada, a justiça eleitoral impediu o PAN-BOL de registar os seus candidatos para as eleições, alegando que o partido estava fora do prazo e tinha obtido menos de 3% dos votos nas eleições anteriores, conforme exigido pela lei eleitoral boliviana.
A Bolívia vai realizar eleições gerais, incluindo para Presidente da República, Senado e Câmara dos Deputados em 17 de agosto.
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