O que saiu da segunda ronda de negociações entre a Rússia e a Ucrânia?
As delegações russa e ucraniana estiveram reunidas pela segunda vez em Istambul, na Turquia, e concordaram numa troca de prisioneiros. Em cima da mesa ficou a possibilidade de uma troca de crianças e de um próximo encontro com Vladimir Putin, Volodymyr Zelensky e Donald Trump.

© Turkish Ministry of Foreign Affairs viaGetty Images

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Guerra na Ucrânia
Entre os prisioneiros de guerra que Moscovo e Kyiv concordaram trocar, encontram-se os gravemente feridos ou doentes e os militares com idades entre os 18 e os 25 anos.
"Concordámos em trocar todos os prisioneiros de guerra gravemente feridos e doentes", anunciou o ministro da Defesa ucraniano, Rustem Umerov, acrescentando que há também outro acordo para a troca dos restos mortais de seis mil soldados.
O ministro ucraniano indicou ainda que a delegação entregou à parte russa uma lista com os nomes de centenas de crianças ucranianas deportadas por Moscovo dos territórios ocupados pela Rússia na Ucrânia. Kyiv considera o regresso destes menores uma condição fundamental para o progresso em direção à paz.
Do lado da Rússia, foi proposto um cessar-fogo parcial "de dois a três dias em certos setores da frente de batalha", segundo anunciou o chefe da delegação russa, Vladimir Medinsky.
Erdogan quer cimeira entre Putin, Zelensky e Trump
No fim das negociações, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, propôs, novamente, reunir os chefes de Estado russo, Vladimir Putin, ucraniano, Volodymyr Zelensky, e norte-americano, Donald Trump, numa cimeira "em Istambul ou Ancara".
"O meu maior desejo [...] é reunir Putin e Zelensky em Istambul ou Ancara e trazer Trump para o lado deles. Se eles aceitarem, eu juntar-me-ei, para tornar Istambul um centro de paz", disse Erdogan, no final de uma segunda reunião entre as delegações russa e ucraniana em Istambul.
Também o ministro da Defesa ucraniano afirmou que propôs um novo encontro, a decorrer entre 20 e 30 de junho, ao mais alto nível, com os presidentes da Ucrânia, da Rússia e dos Estados Unidos, considerando que "é crucial para o avanço do processo negocial".
Putin não esteve nas negociações, mas discutiu devolução de crianças ucranianas
Fora das negociações na Turquia, Vladimir Putin discutiu com a defensora dos direitos infantis, Maria Lvova-Belova, a devolução das crianças ucranianas às suas famílias e também o regresso das crianças russas da Ucrânia.
Putin e Lvova-Belova, contra os quais pesa uma ordem de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI) por deportação de crianças ucranianas, concordaram também com a criação de um novo órgão para ajudar as famílias.
Sublinhe-se que a reunião aconteceu um dia depois da morte de 12 soldados ucranianos num ataque russo a um centro de treinos na província de Sumy, no nordeste do país, e depois de Kyiv ter lançado um ataque em grande escala a vários aeródromos russos que albergavam elementos da "aviação estratégica" de Moscovo.
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