A corrida presidencial, fortemente disputada, manteve os polacos em suspenso desde a primeira volta há duas semanas, ansiedade que se prolongou longo da madrugada de hoje, revelando divisões profundas no país, flanco oriental da NATO e da União Europeia.
Uma primeira sondagem à boca da urna divulgada no domingo à noite sugeria que Trzaskowski estava a caminho da vitória, mas horas mais tarde as sondagens atualizadas começaram a inverter o cenário.
O resultado indica que a Polónia deverá seguir um caminho mais nacionalista sob o comando do seu novo líder, que foi apoiado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Nawrocki sucederá a Andrzej Duda, um conservador cujo segundo e último mandato termina em 06 de agosto.
Esta eleição constitui uma dor de cabeça para o primeiro-ministro, Donald Tusk, que lidera desde 2023 uma coligação de governo de amplo espetro ideológico - tão amplo que não foi capaz de cumprir algumas das promessas eleitorais do chefe do Governo, como a reforma da lei restritiva do aborto.
É expectável que Nawrocki venha reforçar a política de obstáculos que o seu antecessor já vinha a protagonizar em relação a Tusk, impedindo-o, por exemplo, de cumprir as promessas de reverter leis que politizaram o sistema judicial de uma forma que a União Europeia declarou ser anti-democrática.
Parece agora impossível que Tusk venha a ter condições de cumprir essas promessas, que fez tanto aos eleitores polacos como à União Europeia.
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