Papel do Hamas e reconhecimento da Palestina marcarão conferência na ONU

O futuro do movimento extremista Hamas em Gaza e o reconhecimento do Estado palestiniano serão os principais eixos da Conferência Internacional para a Solução de Dois Estados no Médio Oriente, a decorrer em junho na ONU, em Nova Iorque. 

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Lusa
23/05/2025 21:41 ‧ há 4 horas por Lusa

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A conferência, copresidida pela França e pela Arábia Saudita entre 17 e 20 de junho, terá dois dias introdutórios, seguidos pelo "segmento de alto nível" no dia 19, onde os dois chefes de Estado dos dois países devem comparecer.

 

Não está descartado que outros líderes, especialmente árabes, também participem, embora o nível das delegações dependa do progresso alcançado até lá.

Os organizadores realizaram hoje uma reunião preparatória na sede da ONU, em Nova Iorque, onde foram ouvidos apelos para um maior envolvimento da comunidade internacional para garantir o sucesso da conferência, num momento em que a crise humanitária na Faixa de Gaza está a atingir níveis nunca testemunhados e em que se verifica uma grave deterioração também na Cisjordânia.

França deu a entender nas últimas semanas que considera tomar a iniciativa de reconhecer o Estado palestiniano --- atualmente reconhecido por 140 dos 193 países do mundo com assento na ONU --- e acredita-se que a conferência possa ser o lugar onde esse o será formalizado.

Se confirmado, teria grande valor simbólico, já que a França, assim como as demais potências do G7 - grupo dos sete países mais industrializados do mundo -, ainda resiste a reconhecer o Estado palestiniano e não seguiu o caminho trilhado por Espanha, Irlanda ou Noruega entre os europeus.

A representante saudita, a ministra dos Negócios Estrangeiros, Manal Radwan, deixou clara a sua posição na conferência de hoje: "A paz começa com o reconhecimento do Estado da Palestina, não como um gesto simbólico, mas como uma necessidade estratégica. É a única maneira de eliminar o espaço ocupado por atores não estatais (numa alusão ao Hamas) e substituir o desespero por um horizonte político".

Sobre o papel do Hamas, a representante de França, a conselheira para o Médio Oriente Anne-Claire Legendre, foi categórica: "Devemos trabalhar para desarmar e eliminar o Hamas, para que ele nunca mais represente uma ameaça a Israel, bem como promover uma governança confiável e reformar a Autoridade Palestiniana, e a ONU deve desempenhar um papel nesse processo."

Remover o Hamas da Faixa de Gaza parece um objetivo amplamente partilhado pelos atores internacionais, mas o problema atual é que todas as estruturas institucionais do enclave estão nas mãos do grupo islamita palestiniano, e a Autoridade Palestiniana só tem jurisdição na Cisjordânia.

Também participou da reunião de hoje a diretora-geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Espanha para Assuntos do Magrebe, Mediterrâneo e Médio Oriente, Carmen Margariños, que enfatizou a importância de envolver a sociedade civil palestiniana no processo.

Margariños convidou os países participantes da conferência de junho a "identificar quais mecanismos legais, institucionais e diplomáticos podem ser implementados" para promover a ideia de dois Estados, já que, por enquanto, continua a ser pouco mais que uma ideia, ainda que amplamente partilhada na cena internacional.

Leia Também: OpenAI vai avançar com construção de 'data center' no Médio Oriente

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