O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou a 13 de maio o levantamento das sanções ao país para apoiar o governo sírio chefiado pelo antigo líder jihadista Ahmad al-Charaa, cujo movimento Hayat Tahrir al Sham (HTS) liderou a ofensiva que no final do ano ado depôs o antigo Presidente sírio Bashar al-Assad.
Segundo referiu o novo enviado numa publicação nas redes sociais, Washington espera agora de al-Charaa que acelere um processo de reformas há muito aguardado, consoante a "visão clara de Trump para um Médio Oriente próspero e uma Síria estável e em paz consigo mesma e com os seus vizinhos".
"Como representante de Trump na Turquia, tenho orgulho em assumir o cargo de enviado especial dos EUA para a Síria", afirmou Barrack numa declaração publicada na sua conta
"O fim das sanções contra a Síria preservará a integridade do nosso objetivo principal, que é a derrota do Estado Islâmico e dará ao povo sírio a oportunidade de um futuro melhor", acrescentou o diplomata.
Ex-executivo de fundos de investimentos e angariador da campanha de Trump, Barrack chegou a ser acusado de atuar como agente ilegal ao serviço dos Emirados Árabes Unidos.
Barrack acabou por ser absolvido por um júri de todas as nove acusações que enfrentava, incluindo conspiração para agir como agente estrangeiro, obstrução da justiça e prestação de falsas declarações ao FBI em 2019 durante a investigação sobre as suas interações com funcionários dos Emirados e seus representantes.
Os promotores acusaram Barrack de usar sua influência na campanha e executivo de Trump em 2016 para promover os interesses políticos dos Emirados sem notificar o procurador-geral dos EUA, conforme exigido por lei, de que agia como um agente dos Emirados Árabes Unidos.
A Síria vive um novo ciclo após quase 14 anos de guerra civil, na sequência de uma operação militar relâmpago que depôs em 08 de dezembro de 2024 o regime de Bashar al-Assad, atualmente exilado na Rússia.
Desde a queda do regime de Bashar al-Assad, em dezembro ado, mais de 1,5 milhões de sírios regressaram à Síria, mas a maioria continua a precisar de ajuda internacional, avançou hoje a ONU.
Dos que regressaram, um milhão tinham sido deslocados à força dentro da Síria, enquanto outro meio milhão regressou de países vizinhos onde procuraram refúgio, adiantou a diretora de operações do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), Edem Wosumo.
No final de uma missão em que visitou várias das principais cidades da Síria, bem como campos de refugiados sírios no Líbano, Wosumo explicou que os principais problemas enfrentados pelos que já regressaram têm a ver com os danos sofridos nas suas casas durante o longo conflito armado, que durou 14 anos.
No entanto, as dificuldades também se devem a falta de serviços básicos e de oportunidades de emprego, assim como ao risco de resíduos explosivos poderem deflagrar a qualquer momento.
Apesar dos cortes nas operações de ajuda em todo o mundo, Edem Wosumo indicou que as Nações Unidas e as suas organizações parceiras ainda estão a prestar assistência a 2,4 milhões de pessoas na Síria todos os meses.
A responsável acrescentou que a decisão dos Estados Unidos e da União Europeia de levantar as sanções económicas impostas à Síria --- que antes visavam pressionar o regime de Assad --- pode proporcionar algum alívio à população e ajudar o país a recuperar.
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