O jovem, que começou esta quarta-feira a ser julgado juntamente com mais 13 pessoas (10 homens e três mulheres), com idades entre os 32 e 58 anos, é suspeito de liderar uma suposta rede de tráfico de droga desmantelada pela GNR em maio de 2024.
Oito arguidos estão acusados dos crimes de tráfico e associação criminosa. Dois deles respondem ainda por detenção de arma proibida e um outro por condução sem carta. Os restantes seis arguidos estão acusados por um crime de tráfico de droga.
Perante o coletivo de juízes, o principal arguido, que se encontra em prisão preventiva, confessou que vendia droga, nomeadamente cocaína e heroína, mas fazia-o por conta própria.
"Aqui cada um fazia a sua vida, não havia cabecilha nem organizações", disse o arguido, que justificou o tráfico para sustentar o seu próprio consumo de droga e o vício do jogo.
O arguido afirmou ainda ter mentido nas declarações prestadas em primeiro interrogatório, quando disse que era o cabecilha e que não consumia nada.
"Estava com a cabeça a mil. Ia ser pai daí a um mês e queria assumir tudo para ir embora", afirmou.
Este depoimento foi contrariado por outro arguido que disse que era forçado a vender droga pelo alegado cabecilha da organização.
"Ninguém aqui vendia para cada um. O que nós vendíamos era para ele", disse o arguido, que pediu para falar na ausência dos restantes arguidos por ter medo de represálias.
O arguido, que também se encontra detido, disse ainda que era ameaçado pelo principal arguido, de quem disse ainda hoje ter medo, para guardar droga na sua casa gratuitamente.
A acusação do Ministério Público (MP) refere que os arguidos atuavam de forma organizada e hierarquizada entre si, sob as ordens e instruções do principal arguido, que assumia o papel preponderante no seio da referida organização, com se de um verdadeiro gerente se tratasse.
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