Segundo o Relatório do Estado do Ambiente de Macau 2024, a temperatura média no ano ado foi de 23,6°C, precisamente o valor que tinha sido atingido em 2019, o mais elevado desde que começaram os registos, em 1952.
A temperatura média de 2024 foi 0,8°C do que a média climatérica dos últimos 55 anos, de acordo com o documento elaborado pela Direção dos Serviços de Proteção Ambiental (DSPA).
Macau registou 42 dias considerados como quentes no ano ado, mais 10,7 dias do que a média climatérica, 29 noites quentes, mais 17,5 do que a média, e 29 dias frios, menos 10,1 dias do que a média.
Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos de Macau classificam como quentes os dias em que a temperatura máxima é igual ou superior a 33ºC e as noites em que a temperatura mínima é de, pelo menos, 28ºC.
Quanto aos dias considerados frios, são aqueles em que a temperatura mínima não excede os 12ºC.
"Com o aquecimento global, a ocorrência de fenómenos meteorológicos extremos é cada vez mais frequente", sublinhou a DSPA, no relatório.
Em 2024, Macau foi afetado por sete ciclones tropicais, conhecidos como tufões, e, pela primeira vez, três ciclones tropicais afetaram Macau em novembro, o último mês da época dos tufões, que começa em maio.
De acordo com o relatório, a região recebeu no ano ado uma precipitação total de 2029,2 milímetros, "ligeiramente superior à média climatérica".
A DSPA adiantou também que, desde 1970, o nível do mar em Macau tem subido a uma taxa média de cerca de 3,5 milímetros por ano.
Também a nível mundial, 2024 foi o ano mais quente de que há registos e ultraou pela primeira vez os 1,5°C acima do nível pré-industrial, avançou em janeiro o serviço europeu Copernicus.
Na semana ada, a Organização Meteorológica Mundial previu que as temperaturas devem continuar a atingir valores recorde até ao final da década.
O organismo das Nações Unidas prevê que a média anual da temperatura global próxima da superfície para cada ano entre 2025 e 2029 deverá ser "entre 1,2°C e 1,9°C", superior à média registada entre 1850 e 1900, muito perto, portanto, do teto de 2ºC a que se comprometeram fazer por impedir os países signatários do Acordo de Paris, em 2015.
A comunidade científica tem alertado para o risco de um aquecimento superior a 1,5°C desencadear impactos muito graves nas alterações climáticas e condições meteorológicas extremas.
A próxima conferência das Nações Unidas sobre alterações climáticas, COP30, está marcada para novembro no Brasil.
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