"Dois magistrados de instrução do Tribunal Judicial de Nanterre emitiram hoje uma acusação", ordenando "o encaminhamento do polícia para o Tribunal de Assis" por "homicídio doloso", referiram os responsáveis judiciais, em comunicado.
O julgamento poderá ser realizado "no segundo ou terceiro trimestre de 2026", acrescentou a mesma fonte.
Os juízes de instrução seguiram o apelo apresentado pelo procurador no início de março.
Nahel, de 17 anos, foi morto a 27 de junho de 2023, com um tiro disparado à queima-roupa por um polícia que verificava o veículo que conduzia. A sua morte, que se tornou um símbolo da violência policial, desencadeou várias noites de tumultos por toda a França.
Durante seis noites consecutivas, manifestantes vandalizaram e incendiaram edifícios públicos e lojas em várias cidades.
Uma investigação de homicídio foi posteriormente aberta e concluída a 02 de agosto.
Inicialmente, a polícia indicava que o jovem teria atropelado um motociclista, mas essa versão do incidente foi entretanto refutada por um vídeo amador partilhado nas redes sociais.
"Esta decisão é mais uma deceção do que uma surpresa", reagiu o advogado do polícia acusado, Laurent-Franck Lienard, citado pela agência de notícias sa AFP, acrescentando que vai apresentar um recurso ainda hoje.
O seu cliente, Florian M., esteve preso durante os cinco meses que durou a investigação e foi depois libertado sob supervisão judicial.
"Afirmamos que o tiro disparado foi legítimo e pretendemos prová-lo", sublinhou o advogado.
Já o advogado da mãe da vítima, Frank Berton, mostrou-se satisfeito com a decisão do tribunal, adiantando que se está "a aplicar a lei".
"Temos afirmado consistentemente que não havia dúvidas sobre a classificação de homicídio que deveria ser aplicada. A acusação teve a mesma avaliação, e os dois juízes de instrução têm agora a mesma avaliação. Resta convencer os jurados", concluiu.
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