Favorito às presidenciais sul-coreanas quer política externa "pragmática"

Lee Jae-myung, favorito nas eleições presidenciais sul-coreanas e candidato de centro-esquerda, comprometeu a seguir uma política externa "pragmática", evitando hostilidades "desnecessárias" com Pequim e Moscovo, ao mesmo tempo que mantém a aliança militar com Washington.

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© Chung Sung-Jun/Getty Images

Lusa
01/06/2025 08:22 ‧ há 2 dias por Lusa

Mundo

Coreia do Sul

A Coreia do Sul realiza esta terça-feira eleições presidenciais antecipadas, num ambiente geopolítico complexo: a crescente competição entre Pequim e Washington obriga Seul a procurar um equilíbrio entre o seu maior parceiro comercial, a China, e o seu mais importante aliado em matéria de segurança, os Estados Unidos.

 

Lee Jae-myung, o candidato do Partido Democrático nas eleições de 03 de junho, tem-se aproximado do centro político nas suas posições em matéria de política externa, abandonando alguma da sua retórica mais crítica em relação a Washington e ao Japão.

Nos últimos dias de campanha, defendeu que, se for eleito, vai prosseguir uma "diplomacia pragmática", com base na aliança militar com os EUA, e procurar simultaneamente estabelecer laços estáveis com outras potências regionais, como a China e a Rússia.

"A aliança com os Estados Unidos é a base da diplomacia sul-coreana", afirmou Lee durante um debate televisivo com os seus rivais, na ada terça-feira. "Precisamos de construir a cooperação entre a Coreia do Sul, os EUA e o Japão com base nisso", vincou.

Lee, que nas presidenciais de 2022 perdeu por pouco para o ex-líder, agora acusado, Yoon Suk Yeol, apareceu numa sondagem publicada na ada quarta-feira como claro favorito à vitória nas eleições desta terça-feira, com uma taxa de apoio de 49%, contra 36% de Kim Moon-soo, o candidato do partido conservador People Power, e 9% de Lee Jun-seok, do Partido Reformista.

A confirmar-se nas urnas a vantagem nas sondagens, Lee sucederá a três anos de um governo conservador, cuja política foi pautada pela solidificação dos laços com os EUA e o Japão.

Embora os últimos comentários do líder da oposição sugiram que não tenciona voltar atrás nesse progresso, Lee afirma também política externa sul-coreana não pode circunscrever-se às relações com os EUA.

"Não devemos negligenciar os laços com a China ou a Rússia. Temos de os gerir adequadamente e não há necessidade de adotar uma abordagem desnecessariamente hostil como agora", afirmou no debate televisivo.

As eleições surgem na sequência da destituição do ex-presidente Yoon Suk Yeol, afastado do cargo após uma tentativa fracassada de impor a lei marcial em dezembro de 2024.

A postura quanto à política externa de Kim Moon-soo, sucessor no partido conservador e candidato a estas presidenciais, prioriza a aliança da Coreia do Sul com os EUA, acima de todos os outros laços diplomáticos.

Kim afirmou no mesmo debate que irá procurar reunir-se imediatamente com Donald Trump, se ganhar a eleição, para resolver atritos comerciais e aprofundar a cooperação económica. 

Também defendeu a reintrodução de armas nucleares táticas dos Estados Unidos na Coreia do Sul, para dissuadir a agressão norte-coreana. Os EUA retiraram as suas armas nucleares da Coreia do Sul em 1991, em parte como medida para pressionar Pyongyang a pôr termo ao seu programa de armas nucleares.

Lee caracterizou não apenas como "irrealista" o regresso das armas nucleares à Coreia do Sul como, sobre a questão premente das tarifas norte-americanas, indicou que não vê a necessidade de se apressar em negociações com a istração Trump.

Ainda assim, destacou potenciais pontos de acordo com os Estados Unidos para superar a tensão sobre as taxas. "Há muitas áreas de cooperação com os EUA, incluindo a construção naval, a defesa e as indústrias avançadas", descreveu.

Por outro lado, tal como líderes anteriores do seu partido, Lee tem insistido no diálogo com Pyongyang, um desafio que o reforço da aliança do regime de Kim Jong-un com a Rússia tornou mais difícil. Lee quer restabelecer canais de comunicação, incluindo uma linha direta militar com Pyongyang, mas não há indícios de que a Coreia do Norte esteja recetiva à ideia.

Leia Também: Eleitores sul-coreanos escolhem sucessor de Yoon em clima de crise

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