Karol Nawrocki, apoiado pelo partido nacionalista da oposição PiS, obteve 50,89% dos votos, contra 49,11% do pró-europeu Rafal Trzaskowski, na segunda volta das eleições presidenciais na Polónia, cujos resultados confirmaram a profunda polarização neste Estado-membro da UE e da NATO, de acordo com os resultados oficiais.
"O primeiro teste [para o Governo] será um voto de confiança que pedirei em breve à câmara baixa", declarou o pró-europeu Donald Tusk num discurso televisivo, sem especificar a data da iniciativa.
Tusk prometeu continuar a governar o país e manifestou a esperança de poder cooperar com o novo Presidente eleito, Karol Nawrocki.
"Quero declarar hoje a todos que não vou parar um momento, como primeiro-ministro, no meu trabalho e na nossa luta comum pela Polónia dos nossos sonhos (...): livre, soberana, segura e próspera", declarou Tusk.
"A eleição presidencial não mudou nada aqui e não mudará nada", garantiu.
Em princípio, a coligação governamental dispõe da maioria no parlamento que lhe permitirá obter a aprovação da moção de confiança.
Pouco antes do breve discurso de Tusk, o líder do PiS, Jaroslaw Kaczynski, descreveu o resultado das eleições presidenciais como "um cartão vermelho" ao Governo e apelou para a criação de um "Governo apolítico e técnico", composto por especialistas.
As próximas eleições legislativas na Polónia estão previstas para 2027.
Na Polónia, o chefe de Estado, que tem um mandato de cinco anos, exerce uma certa influência na política externa e de defesa, mas dispõe sobretudo de um poder de veto ao nível legislativo.
Várias reformas planeadas pelo primeiro-ministro, Donald Tusk, ex-presidente do Conselho Europeu que chegou ao poder em Varsóvia em 2023, foram bloqueadas devido ao ime com o Presidente conservador cessante, Andrzej Duda, aliado do PiS.
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