China, Asean e Estados do Golfo manifestam "sérias preocupações" com Gaza

A China, os países do Sudeste Asiático e seis Estados do Golfo comprometeram-se hoje a promover uma cooperação mais estreita, com forte ênfase na integração económica e na colaboração energética, num contexto da guerra comercial lançada por Washington.

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© Faris Hadziq/SOPA Images/LightRocket via Getty Images

Lusa
28/05/2025 11:13 ‧ ontem por Lusa

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Tarifas

Numa declaração conjunta, os dirigentes da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) e da China reafirmaram o seu empenho num sistema comercial multilateral baseado em regras e na globalização económica, manifestando simultaneamente "sérias preocupações" com a situação em Gaza.

 

O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, considerou a cimeira tripartida, que se realizou em Kuala Lumpur, "uma iniciativa inovadora" em matéria de cooperação transregional, num contexto internacional "volátil" e de fraco crescimento global.

O primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, elogiou a declaração conjunta emitida no final da reunião, considerando-a "pormenorizada e elaborada" e uma forte mensagem de solidariedade e cooperação trilateral.

Com base numa cimeira da ASEAN com o CCG em 2023, a reunião foi vista como um esforço para diversificar os vínculos comerciais e contrariar as tarifas lançadas pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A declaração de 4.200 palavras não mencionou diretamente os Estados Unidos, nem tocou em questões sensíveis como as disputas territoriais no mar do Sul da China ou o aprofundamento da crise em Myanmar (antiga Birmânia).

A Malásia é o atual presidente rotativo da Asean, que inclui também o Brunei, o Camboja, a Indonésia, o Laos, Myanmar, as Filipinas, Singapura, a Tailândia e o Vietname. O CCG inclui as nações produtoras de petróleo do Barém, Kuwait, Arábia Saudita, Omã, Qatar e Emirados Árabes Unidos.

Na sua declaração conjunta, as partes reconheceram o "papel fundamental da China na promoção da paz, da estabilidade, da prosperidade e do desenvolvimento sustentável a nível regional e mundial", bem como a centralidade da Asean nos assuntos regionais e o "papel fulcral" do CCG no Médio Oriente.

Salientando o respeito mútuo, o direito internacional, o multilateralismo e o seu empenho comum na estabilidade regional, na integração económica e no desenvolvimento sustentável, a declaração delineou um amplo quadro de cooperação trilateral, em estreita consonância com a iniciativa chinesa Faixa e Rota e o seu impulso para expandir os laços económicos mundiais.

As partes declararam ter reconhecido a necessidade de reforçar a confiança num sistema comercial multilateral baseado em regras, com a Organização Mundial do Comércio no seu cerne, e reafirmaram a sua determinação em tornar a globalização económica mais aberta, inclusiva, equilibrada e benéfica para os seus povos e para as gerações futuras.

No que diz respeito ao Médio Oriente, os líderes da China, do CCG e da Asean manifestaram "sérias preocupações" e condenaram todos os ataques contra civis, apelando simultaneamente a um cessar-fogo duradouro em Gaza e à "distribuição mais eficaz e ível da ajuda humanitária".

Foi igualmente reiterado o apoio à implementação da "solução de dois Estados", reconhecendo os esforços de mediação internacional desenvolvidos pela China, pelo Qatar e pela Arábia Saudita.

Os participantes comprometeram-se ainda a procurar uma cooperação mais estreita para prevenir e combater a criminalidade transnacional, a cibercriminalidade, o terrorismo e o extremismo.

No seu discurso de abertura da cimeira trilateral, na terça-feira, Li Qiang instou as partes a "aproveitarem firmemente esta oportunidade histórica para enriquecer a cooperação trilateral".

A China e a Asean são os principais parceiros comerciais entre si, enquanto o CCG fornece mais de um terço das importações de petróleo bruto da China. A Asean, o CCG e a China têm um PIB conjunto de quase 25 biliões de dólares (22 biliões de euros) e um mercado de mais de 2 mil milhões de pessoas.

Leia Também: Estados da ASEAN preocupados com taxas de Trump reunem-se com China e CCG

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