"Os nossos olhos funcionam graças à luz. Os objetos que vemos são fontes de luz - como uma vela ou o ecrã de um telemóvel – ou a luz reflete neles e chega aos nossos olhos", explica Daniel Joyce, professor de Psicologia na Universidade do Sul de Queensland.
"Primeiro, a luz a pelos componentes ópticos dos olhos, como a córnea, a pupila e o cristalino. Juntos, ajudam a focar a luz na retina que a detecta, ao mesmo tempo que controlam a intensidade da luz para nos ajudar a ver bem e a evitar danos aos olhos", afirma, citado pelo Science Alert.
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A função da lente é focar corretamente a luz que vem de objetos a diferentes distâncias. Este processo é conhecido como acomodação.
Ao realizar esta tarefa importante, a luz que atravessa a lente inverte-se. Isso significa que a luz da parte superior do objeto incide numa posição mais baixa na retina do que a luz da parte inferior, que incide numa posição mais alta.
Portanto, a luz que sai do cristalino e atinge a retina é, de facto, invertida. Mas isso não significa que o cérebro esteja a inverter a imagem. Eis o porquê.
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A orientação não importa
"Embora a luz interpretada pelo cérebro esteja 'de cabeça para baixo' em comparação com o mundo real, coloca-se a questão: isso é realmente um problema para nós?", questiona.
Pela sua própria experiência, provavelmente pode dizer que a resposta é 'não', pois interage com o mundo perfeitamente.
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Mas então, em que parte do cérebro a imagem é invertida ou rotacionada 180 graus para ficar "no lado certo" novamente?
Surpreenda-se: "os cientistas da visão rejeitam a ideia de que uma inversão ou rotação seja mesmo necessária. Isso deve-se à forma como o nosso cérebro processa as informações visuais", explica o professor.
"O objeto que vê é codificado pelo disparo de vários neurónios - células cerebrais que processam informações - em várias partes do cérebro. Esse padrão de disparo é o que codifica as informações sobre o objeto em que se está a focar. Essas informações levam em consideração a relação do objeto com tudo o resto que se encontra em cena, o seu corpo no mundo e os seus movimentos", conclui.
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