A biofarmacêutica Bial anunciou esta terça-feira, 7 de janeiro, que um primeiro doente concluiu o período de tratamento da fase 2 do estudo clínico 'Activate' sobre uma terapêutica para pessoas com Parkinson, doença que afeta mais de 10 milhões em todo o mundo.
"A conclusão do estudo Activate pelo primeiro doente constitui uma etapa significativa", indica Joaquim Ferreira, professor de Neurologia e Farmacologia Clínica na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e investigador deste estudo, citado num comunicado da Bial.
O BIA 28-6156 em ensaio clínico visa o tratamento de doentes com doença de Parkinson (DP), que têm "uma mutação no gene da glucocerebrosidase 1 (GBA1) (DP-GBA)". A DP é a segunda doença neurodegenerativa mais comum e "5-15% dos doentes (...) tem mutações no gene GBA, tornando-o, numericamente, o fator de risco genético mais importante" para a Parkinson.
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Além disso, "os doentes com DP-GBA tendem a ter, em média, um início mais precoce dos sintomas", em comparação com os outros, e estes "são mais graves e progridem significativamente mais depressa, levando a um pior prognóstico, o que realça a importância de desenvolver novas soluções que possam ter impacto na progressão da doença".
Segundo Joaquim Ferreira, esta etapa do estudo "reflete mais um o no esforço excecional para fazer avançar as opções de tratamento para a doença de Parkinson, em particular para os doentes com mutações GBA1". "Existe uma enorme expectativa em torno do potencial do BIA 28-6156, não só para a comunidade de doentes com DP-GBA, mas também para a comunidade de doentes de Parkinson em geral", acrescentou.
Joerg Holenz, diretor científico da empresa, explica que o BIA 28-6156 "tem um mecanismo de ação específico (...) com a capacidade de retardar a progressão clínica motora". Este "pode ser o primeiro medicamento a modificar a causa subjacente da doença", refere o comunicado da Bial.
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Foram recrutados para este estudo mais de 230 doentes geneticamente confirmados com DP-GBA em 85 centros na Europa e na América do Norte e os seus dados principais deverão ser publicados em meados de 2026.
Com sede na Trofa, na área metropolitana do Porto, a Bial tem como principais áreas de investigação as neurociências e as doenças raras.
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