"Financiamento para combater a desinformação é praticamente nulo"

A investigadora Joana Gonçalves de Sá afirmou hoje, em entrevista à Lusa, que o financiamento para combater a desinformação em Portugal é completamente nulo, apontando que o montante para o digital do PRR é uma "gotinha" no oceano.

Notícia

© Shutterstock

Lusa
22/05/2025 16:35 ‧ há 8 horas por Lusa

Tech

Desinformação

O financiamento "dedicado para combater a desinformação, dedicado a desenvolver algoritmos, dedicado a desenvolver auditoria de inteligência artificial [IA] é praticamente nulo em Portugal", lamentou a investigadora do Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP).

 

Joana Gonçalves de Sá participou hoje na conferência "Os cidadãos podem derrotar a desinformação", organizada pelo Conselho Económico e Social (CES) e o Comité Económico e Social Europeu (CESE), que decorreu no Teatro Thalia, em Lisboa.

E "acho que genericamente a Comissão Europeia deveria dar muito mais dinheiro à investigação", prosseguiu, salientando que até tem "havido alguns os nesse sentido, e de reconhecimento da importância da investigação".

Contudo, "o dinheiro que é posto na ciência, quer pela Comissão, quer em geral, é muito visto como um gasto e não como um investimento" e "não há visão a longo prazo", apontou.

No caso da desinformação, nomeadamente da inteligência artificial, "há uma desproporção completa de meios", referiu a investigadora.

Por exemplo, o PRR - Plano de Recuperação e Resiliência em Portugal para o digital "para tudo, incluindo computadores na escola, Internet, inteligência artificial, é uma gotinha de água comparado com o que só a Microsoft põe só na OpenAI", dona do ChatGPT.

Trata-se de uma "desproporção tão grande de meios que acabamos por estar sempre a correr atrás do prejuízo", considerou, apontando que "não há a criação de uma infraestrutura de investigação, de combate à desinformação que seja sistemática".

Aliás, esta situação é refletida "na forma como o dinheiro muitas vezes é distribuído".

Por vez, ilustrou, "o bolo até não é mau, mas a maneira como é distribuído é dar pouquinho dinheiro a muitos e então o que esses grupos conseguem fazer" é uma ambição muito pequena, conseguem resolver um pequeno problema, ou seja, pôr "um dedinho na barragem".

Mas para aguentar a barragem é preciso "mudar a infraestrutura de forma séria e aí é preciso que haja muito mais investimento", defendeu.

O que em Portugal "praticamente não há, há o do EMIF [European Media and Information Fund], que é gerido pela Gulbenkian" e que está no final, pelo que "não sabemos exatamente o que vai acontecer", rematou.

Leia Também: Maior literacia mediática e IA podem ajudar a combater desinformação

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas