André Ventura falava aos jornalistas na Assembleia da República, depois de ter terminado a sessão solene comemorativa do 51º aniversário do 25 de Abril de 1974.
"Quem ouvisse esta cerimónia notaria que os partidos continuam, numa grande maioria, completamente alheados daquilo que se a em Portugal. Lamento dizê-lo, mas os próprios discursos proferidos pelas mais altas figuras do Estado não conseguiram corresponder àquilo que as pessoas sentem neste dia 25 de Abril", defendeu.
Para o presidente do Chega, o 25 de Abril "não pode ser um dia de cravos, de festa, meramente simbólico".
"Deveria ser um dia de assumirmos o que foi mal feito - e tanto está mal feito -, mas também um dia de soluções e um dia de capacidade de pôr o dedo na ferida. O Chega não participará em desfiles em avenidas da liberdade, nem em desfiles em nenhuma outra avenida do país, porque não é com desfiles simbólicos, com cravos na mão, que se resolve o problema da corrupção, dos salários e da saúde em Portugal", alegou.
Depois, numa nova alusão aos discursos proferidos por Marcelo Rebelo de Sousa, José Pedro Aguiar-Branco e por representantes de outros partidos, André Ventura comentou que as audiências televisivas deste tipo de cerimónias são baixas.
"Já ninguém quer perder muito tempo a acompanhar um conjunto de pessoas que não apresenta nenhuma solução para o país e que vê o país com lentes cor-de-rosa. Não é assim. O país precisa de mais, e temos que ter a capacidade de fazer isso", disse.
André Ventura afirmou depois esperar uma mudança política após as eleições legislativas antecipadas de 18 de maio.
"Espero que tenhamos um novo quadro parlamentar a partir do dia 18 de maio e que esta cerimónia e a ser diferente na sua forma, no seu conteúdo e nos seus objetivos também", acrescentou.
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