Na parte final do seu discurso de tomada de posse, no Palácio da Ajuda, em Lisboa, Luís Montenegro afirmou que este plano será ultimado "nos próximos dias" e desenvolvido "nos próximos anos", assegurando que dele dará "conhecimento prévio aos dois maiores partidos da oposição", numa referência ao Chega e ao PS.
"Nesse contexto, apresentarei na próxima cimeira da NATO a antecipação do objetivo de alcançarmos 2% do PIB nos encargos desta área, se possível já este ano de 2025", anunciou.
E acrescentou: "Um plano realista que não porá em causa as funções sociais e o equilíbrio orçamental", afirmou.
O secretário-geral da NATO propôs hoje, oficialmente, que os líderes da organização concordem, na cimeira de 24 e 25 de junho, em Haia, aumentar os gastos com defesa para 5% do PIB, para cobrir os custos das capacidades militares da organização.
"Vou propor um plano de investimento global que totalizará 5% do PIB [produto interno bruto] em investimento na defesa: 3,5% do PIB para gastos puros com Defesa com base nos custos globais para atingir os novos objetivos de capacidade que os ministros acabaram de acordar e 1,5% do PIB anual em investimentos relacionados com a defesa e a segurança, como infraestruturas e indústria", disse Mark Rutte, numa conferência de imprensa após uma reunião dos ministros da Defesa da Aliança Atlântica.
No seu discurso de posse, Luís Montenegro concordou com o diagnóstico do Presidente da República de que "o mundo está perigoso" e as áreas da política externa e da segurança e defesa "assumem uma importância que há muito não lhes era reconhecida".
"Da nossa parte manteremos o rigor orçamental, as contas públicas equilibradas e a estratégia de crescimento económico. E faremos sempre o que depende exclusivamente de nós e que ninguém fará por nós", apontou, assegurando que Portugal irá manter o "sólido apoio à Ucrânia", sem se referir ao conflito em Gaza.
Montenegro prometeu ainda estreitar "laços culturais, políticos e humanos" com os cidadãos e empresas dos países da LP e empenhar-se na candidatura ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para o biénio 2027-28, e na promoção do português como língua oficial daquela organização.
"Vamos revitalizar a relação com as comunidades portuguesas e lusodescendentes -- expoente da portugalidade e da vocação universal do nosso país. Vamos corresponder de forma digna e eficaz às vossas legítimas expectativas, seja nos serviços istrativos, seja nas oportunidades económicas", disse.
[Notícia atualizada às 19h15]
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