"O turista não quer fazer o percurso do 28 num autocarro"

O elétrico 28 é histórico e uma imagem da cidade de Lisboa, muito procurado e usado pelos turistas, e terá de haver uma conciliação entre o ageiro residente e o que está de visita, itiu o presidente da Carris. "Elétrico é mais para o turista, que não quer fazer o percurso do 28 num autocarro"

Elétrico 28

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Lusa
04/06/2025 05:00 ‧ há 2 dias por Lusa

País

Carris

Em entrevista à Lusa, Pedro de Brito Bogas reconheceu "haver algumas limitações legais à possibilidade de fazer triagem de ageiros" na fila para o autocarro ou para o elétrico, mas assumiu que está a ser estudada essa opção.

 

"Se uma pessoa tem um título válido, é complicado estar a dizer 'o senhor não entra, o senhor entra'", referiu, explicando que a Carris está a preparar um pedido para apresentar junto do regulador, a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes, "para esclarecer algumas questões legais que possam dar alguma luz".

Para o responsável da transportadora lisboeta, está "fora de questão" operar um sistema que até pode funcionar mas não é legal e, mesmo que se venham a tomar medidas de triagem, o mais importante é a questão dos próprios veículos.

"Onde temos maior pressão é no 28 [elétrico]. E o 28 retomou agora no dia 19 de maio. [...] Desde junho que tínhamos o serviço interrompido porque há obras, que são muito importantes para a cidade e tiveram que ser feitas, mas que nos levaram a perder mais de um milhão e tal de ageiros", revelou.

Pedro Bogas explicou que os números demonstram a "enorme procura que tem o 28", que liga o Martim Moniz e Campo de Ourique (Prazeres) e constitui um "produto reconhecido internacionalmente", partilhando entre o Martim Moniz e a Graça um percurso idêntico ao autocarro 12.

"Se chegar à placa do Martim Moniz vê que não há ninguém praticamente à espera do 12 e há uma fila para o 28. Porque é o produto, é a marca que vale. O que é que nós estamos a pensar fazer? O elétrico é mais para o turista e este não quer, evidentemente, fazer o percurso do 28 num autocarro. Quer fazer no elétrico, que é um elétrico histórico e que é, inclusive, uma imagem da cidade de Lisboa", contou.

Já para o cliente habitual e regular, prosseguiu Pedro Bogas, "isso não é importante, o que ele quer é uma solução de mobilidade que funcione". Porém, "o elétrico é menos funcional do que o autocarro, está mais sujeito aos estacionamentos indevidos, a viagem não é tão confortável, ainda para mais cheio".

Pedro Bogas acrescentou que os autocarros novos, os minis, são "muito apropriados para o percurso do 28 e foram já alguns adquiridos, exatamente, para reforçar esse percurso".

Foi lançado um concurso para aquisição de mais três miniautocarros para reforçar todo o serviço do elétrico 28 e também as carreiras de bairro, "mais no centro da cidade, onde os autocarros têm mais dificuldade de manobra".

"Eu julgo que isso é mais importante do que diferenciar, porque os turistas não vão procurar o autocarro, os nossos clientes vão procurar o autocarro - têm uma viagem que, do ponto de vista da mobilidade, é mais cómoda e é melhor", salientou.

As filas diferenciadas para turistas e para residentes já estão a funcionar no elevador de Santa Justa, na Baixa de Lisboa, mas no ascensor é "muito mais fácil fazer essa distinção", até porque "é meramente residual" o número de pessoas com e que ali circulam -- é "quase tudo também turistas".

A Câmara de Lisboa está a ultimar a agem da gestão do funicular da Graça da empresa municipal EMEL para a Carris, itindo Pedro Bogas que no local possa ter de ser feita a distinção, já que "alguns residentes da Graça necessitarão do funicular".

"Aí eu julgo, não tenho a certeza, que vamos fazê-lo, que é pacífico. Temos as questões legais que estamos a apurar, mas isso tudo se resolverá com certeza", afirmou.

Segundo dados preliminares do Instituto Nacional de Estatística (INE), a região de Lisboa registou em 2024 um total de 21.014.900 dormidas, um crescimento de 4% em relação a 2023. Este valor representa 26,2% da procura turística nacional, segundo a Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa.

O organismo regional destacou que Lisboa se consolidou no ano ado "como o principal destino turístico de Portugal, naquele que é o seu melhor ano turístico de sempre", com "receitas de 2,1 mil milhões de euros no setor do alojamento turístico.

A Carris está sob gestão da Câmara Municipal de Lisboa desde 2017 e opera na cidade de Lisboa.

De acordo com dados da Carris, em 2024, faziam parte do universo da empresa 777 autocarros, 64 elétricos, três ascensores e um elevador, e 1.823 tripulantes -- motoristas e guarda-freio, num total de 2.505 trabalhadores da empresa.

Leia Também: Nova versão da aplicação CARRISway lançada hoje. "É upgrade fundamental"

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