"Nós, em fim de mandato, formalizaremos de acordo com o que a assembleia hoje [segunda-feira] aqui decidir", disse Rui Moreira numa sessão extraordinária da Assembleia Municipal do Porto decorrida na segunda-feira à noite, requerida pelo PSD para discutir o projeto do metrobus, com o ponto único "Por uma Avenida da Boavista Verde, Humanizada e Sustentável".
As moções apresentadas por três forças políticas (PSD, movimento Rui Moreira - Aqui Há Porto e CDU) no sentido de reformular ou suspender o projeto, entre outros aspetos, foram aprovadas por maioria, tendo sido chumbado um ponto da moção da CDU e as propostas do BE.
Durante a sessão, o deputado municipal do PSD Rodrigo os disse que a segunda fase do metrobus, como estava inicialmente previsto, iria eliminar o atual desenho de "uma ciclovia funcional, segura, reconhecida por todos como um bom exemplo de mobilidade suave".
Pedro Schuller, do movimento Rui Moreira - Aqui Há Porto, lembrou que para o canal do metrobus "tinha vindo a ser prometido há vários anos um sistema de metro ligeiro", e sinalizou "a preocupação com as ciclovias, embora elas tenham surgido apenas relativamente à segunda fase do projeto".
O deputado do PAN Paulo Vieira de Castro sublinhou que o partido não mudou de opinião sobre a defesa dos modos suaves no projeto do metrobus, recordando o posicionamento de 2023, em que transmitiu o "total desacordo" com a eliminação de vias para modos de mobilidade suave, recordando uma resposta em que fonte oficial da Câmara do Porto afirma que foi uma "opção política" eliminá-las na primeira fase do projeto, na parte oriental da Avenida da Boavista.
Já Agostinho Sousa Pinto, do PS, apelidou a marcação da sessão da Assembleia Municipal pelo PSD, bem como a petição pública com o mesmo título liderada pelo candidato do PSD/CDS-PP à Câmara do Porto, Pedro Duarte, como "um episódio de uma estratégia política pouco coerente e manifestamente inconsequente", pois os sociais-democratas "foram os que há meses se abstiveram na votação sobre a primeira fase".
Pela CDU, Rui Sá disse que, como não podia "sobrar dinheiro" do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), "de um momento para o outro, apareceu a extensão da linha do metrobus até à rotunda da Anémona, que não fazia parte dos planos da cidade", e defendeu o seu voto a favor das moções, por considerar "fundamental haver uma posição maioritária da cidade" face ao "desrespeito da Metro do Porto, com a cumplicidade do Governo".
Pelo BE, Susana Constante Pereira considerou que a discussão sobre o traçado do metrobus, "a integração da ciclovia, o espaço público, devia ter acontecido há dois anos, quando o projeto foi anunciado", dizendo que, nessa altura, o PSD "manteve o silêncio, mesmo com um acordo de governação com a maioria do executivo municipal".
O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, disse na Assembleia Municipal que a Metro do Porto aceitou as alterações propostas pela autarquia para a segunda fase do metrobus, objeto de uma recente petição pública.
O candidato do PSD/CDS à Câmara do Porto Pedro Duarte encabeça uma petição para suspender e mudar a segunda fase do metrobus, defendendo a circulação sem canal dedicado e a salvaguarda de árvores e da atual ciclovia.
No mesmo dia em que foi conhecida a petição (22 de maio), Rui Moreira afirmou concordar com a mesma, suspender e mudar a segunda fase do metrobus, defendendo a circulação sem canal dedicado e a salvaguarda de árvores e da atual ciclovia.
O metrobus ligará a Casa da Música à Praça do Império (primeira fase) e à Anémona (segunda), os veículos do serviço serão autocarros a hidrogénio visualmente semelhantes aos do metro convencional, e a obra total custa cerca de 76 milhões de euros.
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