Em comunicado, a organização considerou os ataques aéreos israelitas contra instalações aeroportuárias iemenitas nos dias 06 e 28 de maio como "aparentemente ilegais, indiscriminados e desproporcionais contra alvos civis" e defendeu que devem ser investigados como crimes de guerra.
Os ataques Huthis, realizados em março e que tiveram como alvo o principal aeroporto de Telavive e outras infraestruturas civis em Israel, podem também constituir o mesmo crime, adiantou a organização de defesa dos direitos humanos.
"O aeroporto de Sana é um recurso vital para os civis iemenitas, muitos dos quais dependem dele para ter o a cuidados médicos", explicou o investigador da HRW no Iémen e Bahrein, Niku Jafarnia.
"O exército israelita cortou este recurso vital, deixando muitos iemenitas sem a sua principal rota de o ao exterior", lamentou.
Depois de o exército israelita ter destruído, a 28 de maio, quatro aviões da Yemen Airways, a única companhia aérea que oferece voos comerciais aos ageiros de Sana, e partes significativas do aeroporto, esta infraestrutura não retomou as suas operações.
O exército israelita, em resposta a um pedido de informação da HRW, enviado a 19 de maio, afirmou estar a "atacar alvos militares legítimos pertencentes ao regime Huthi no Iémen", a realizar os ataques "com a máxima precisão e a tomar medidas para mitigar os danos à população civil e às infraestruturas civis".
Telavive acrescentou ainda que o aeroporto era "um centro nevrálgico para a transferência de armas e agentes para o regime terrorista Huthi", embora não tenha fornecido pormenores que sustentem a alegação, acrescentou a organização.
A HRW não conseguiu encontrar provas de que os terminais e aviões atacados tenham sido utilizados pelos Huthis para fins militares.
Desde que Israel retomou a sua ofensiva em Gaza, a 18 de março, os rebeldes Huthis do Iémen lançaram pelo menos 44 mísseis balísticos e 10 drones para território israelita, a maioria dos quais foram intercetados.
Os Huthis começaram a atacar Israel a seguir à operação de grande escala que Telavive lançou contra o grupo islamita palestiniano Hamas, em Gaza, na sequência dos ataques de 07 de outubro de 2023.
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