Partido de extrema-direita dos Países Baixos sai do governo de coligação

O líder da extrema-direita dos Países Baixos, Geert Wilders, retirou hoje o partido (PVV) da coligação governamental, devido a um desacordo sobre a imigração, abrindo caminho para eleições antecipadas.

Geert Wilders

© Getty Images/Pablo Blazquez Dominguez

Lusa
03/06/2025 08:48 ‧ há 2 dias por Lusa

Mundo

Imigração

 "Não há acordo para o nosso plano de asilo (...). O PVV abandona a coligação", escreveu Wilders nas redes sociais.

 

O líder do partido de extrema-direita referia-se ao programa que tinha apresentado e que visava reforçar a política em relação aos imigrantes e aos requerentes de asilo.

A coligação governamental dos Países Baixos, formada por quatro partidos políticos, liderada pelo primeiro-ministro, Dick Schoof, foi constituída há 11 meses, tendo tardado dois meses a ser formada. 

Recentemente Wilders afirmou que o governo estava a demorar demasiado tempo a pôr em prática a "política de imigração mais rigorosa, jamais vista" nos Países Baixos.

Após a vitória eleitoral, que provocou reações em todo o continente europeu, as sondagens continuam a mostrar que o partido político de Wilders, o Partido da Liberdade (PVV), continua a ser o mais forte.

No entanto, diminuiu a diferença em relação aos rivais mais próximos.

O partido liderado por Wilders é seguido de perto pela aliança entre os Verdes e os sociais-democratas do antigo vice-presidente da Comissão Europeia Frans Timmermans.

O partido liberal VVD, formação tradicional na política holandesa, está igualmente bem posicionada nas sondagens, o que significa que a eventual eleição pode vir a ser muito disputada.

No final de maio, Wilders convocou uma conferência de imprensa para anunciar que "tinha esgotado a paciência" face ao governo do primeiro-ministro, Dick Schoof. 

Wilders ameaçou abandonar a coligação se um novo plano de 10 pontos para limitar a imigração não fosse implementado nas próximas semanas.

O plano previa o encerramento das fronteiras aos requerentes de asilo, o reforço dos controlos fronteiriços e a deportação dos cidadãos com dupla nacionalidade condenados por um crime.

"Fechem as fronteiras aos requerentes de asilo e ao reagrupamento familiar. Não vamos abrir mais centros de asilo. Vamos fechá-los", afirmou Wilders no ado mês de maio.

Os especialistas políticos e jurídicos consultados pela Agência Presse, consideraram os planos do PVV "impraticáveis ou ilegais", com alguns a sugerirem que Wilders estava a criar uma crise para derrubar o governo.

O líder de extrema-direita tem sido frequentemente apelidado como o "Trump holandês devido às posições anti-imigração, numa referência direta ao Presidente dos Estados Unidos.

As ambições do PVV para liderar os Países Baixos foram frustradas após a vitória eleitoral do ano ado, uma vez que os parceiros de coligação bloquearam a candidatura de Wilders a primeiro-ministro, escolhendo Schoof para chefiar o Executivo.

Os líderes dos quatro parceiros da coligação concordaram em não assumir cargos ministeriais, preferindo manter a liderança dos respetivos partidos.

Geert Wilders é uma figura presente no Parlamento, sendo constantes os confrontos verbais com o social-democrata Frans Timmermans.

Wilders tem dito frequentemente que a única forma de pôr em prática as políticas anti-imigração é tornar-se primeiro-ministro.

No entanto, no fraturado sistema político do país, nenhum partido consegue obter uma maioria absoluta no Parlamento composto por 150 deputados.

Assim, Wilders precisa de parceiros de coligação.

O quarto partido da atual aliança governamental, o Novo Contrato Social, que se afirma "anticorrupção", caiu nas sondagens desde a saída do líder Pieter Omtzigt.

Os partidos de extrema-direita estão a crescer em toda a Europa.

Em maio, o partido de extrema-direita Chega ficou em segundo lugar nas eleições portuguesas.

Na Alemanha, o AfD, partido de extrema-direita anti-imigração, duplicou o resultado nas eleições gerais de fevereiro para 20,8%.

[Notícia atualizada às 09h36]

 

Leia Também: Países Baixos reclamam 221 milhões de euros a traficante foragido

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas