"Exigimos alterações aos parágrafos que não garantem o fim da matança, não abrem caminho à ajuda e ao regresso sustentável dos locais deslocados e não impõem obrigações claras à ocupação para que se retire e cesse fogo", referiu o Alto Funcionário do gabinete político do Hamas, Mahmoud Mardawi, num comunicado, citado pela agência espanhola Efe.
Mardawi recordou que estas exigências são "completamente idênticas ao que foi acordado palavra por palavra" com Steve Witkoff, enviado especial do Governo dos Estados Unidos ao Médio Oriente, nas últimas semanas de negociações.
As declarações de Mardawi surgem depois de, no sábado, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ter considerado "inaceitável" a reação do Hamas ao último projeto de cessar-fogo dos EUA, com o qual Israel tinha concordado.
Desde o início das negociações entre Israel e o Hamas, o grupo palestiniano sempre deixou claro que não ia qualquer acordo que não incluísse as suas duas principais exigências: um cessar-fogo definitivo e a retirada total das tropas israelitas.
"Oferecemos um acordo responsável e modificámo-lo para proteger o nosso povo do genocídio", insistiu Mardawi, enquanto prosseguem os bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza.
De acordo com fontes com o ao pacto, citadas pela imprensa israelita, o novo documento não contém qualquer exigência escrita para que Israel ponha definitivamente termo à ofensiva de guerra ou retire as suas tropas da Faixa de Gaza.
O documento inclui a libertação de 10 reféns vivos e 18 mortos em dois lotes, em troca de um cessar-fogo de 60 dias, e estipula, numa linguagem vaga, a entrega de ajuda humanitária.
Leia Também: "Israel continuará as suas ações pela devolução dos nossos reféns"