"Esta manhã [sexta-feira], foram recuperados mais 11 corpos, além dos 25 encontrados anteriormente, o que eleva o número de vítimas para 36 até ao momento", disse Ibrahim Audu Husseini, porta-voz da Agência de Gestão de Emergências (SEMA, na sigla em inglês).
As inundações, causadas por chuvas torrenciais na noite de quarta-feira, destruíram mais de 50 casas na cidade de Mokwa, no estado central do Níger, afogando moradores e deixando um grande número de desaparecidos, segundo a SEMA.
Os serviços de emergência continuam a trabalhar para encontrar as pessoas desaparecidas.
"Esperamos que o número de vítimas aumente consideravelmente, pois há equipas de resgate destacadas em diferentes locais", disse Husseini.
A Nigéria, o país mais populoso da África, é regularmente atingida por inundações durante a estação das chuvas, que vai de maio a setembro.
As alterações climáticas alimentam fenómenos meteorológicos mais extremos, segundo os cientistas.
As inundações, geralmente causadas por chuvas fortes e potenciadas pelas infraestruturas precárias, causam estragos todos os anos, matando centenas de pessoas.
Na Nigéria, as inundações são agravadas por uma drenagem inadequada, pela construção de casas em zonas inundáveis e pelo depósito de resíduos nos sistemas de saneamento.
A agência meteorológica alertou para possíveis inundações rápidas em 15 dos 36 estados da Nigéria entre quarta e sexta-feira.
Em 2024, mais de 1.200 pessoas morreram e 1,2 milhão foram deslocadas em pelo menos 31 dos 36 estados da Nigéria, o que constituiu uma das piores inundações do país em décadas, de acordo com a SEMA.
Face ao aumento, com grande intensidade, das inundações, o Presidente nigeriano, Bola Ahmed Tinubu, apelou no ano ado a um reforço dos meios atribuídos aos socorros e solicitou a criação de alertas para atenuar o impacto das catástrofes ambientais.
Por seu lado, os serviços de socorro insistem na necessidade de um maior apoio do Estado para fazer face à amplitude dos danos e limitar as perdas humanas.
Leia Também: Ataques no norte e centro da Nigéria: Mais de 10 mil mortos em 2 anos