A "Praça dos Reféns" em Telavive foi o epicentro da concentração em apoio aos reféns sequestrados pelo movimento islamita palestiniano no seu ataque a Israel, que desencadeou a guerra em Gaza a 07 de outubro de 2023.
Iair Horn, libertado em fevereiro durante uma segunda trégua em Gaza, afirmou no local que ainda se considera "em cativeiro", ados mais de 100 dias desde ser "forçado a deixar o irmão para trás".
"Enquanto Eitan (irmão) e os outros reféns não forem devolvidos, ainda estou em cativeiro. Acabem com esta guerra e tragam de volta os 58 reféns", acrescentou, dirigindo-se ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
O Governo de Netanyahu pôs fim à trégua com o Hamas em meados de março e, desde então, intensificou a ofensiva no território palestiniano.
A pedido do Fórum das Famílias, a principal organização que defende um cessar-fogo e a libertação dos reféns, centenas de pessoas reuniram-se simbolicamente em cruzamentos em Israel às 6h29 locais (03h29 GMT), hora de início do ataque do Hamas.
Placas com o número 600 foram colocadas ao longo das ruas, e as manifestações continuaram ao longo do dia.
Karina Engel-Bart, que foi libertada com as duas filhas durante a primeira trégua no final de novembro de 2023, afirmou que nos primeiros dias de cativeiro estava convencida de que o exército e o Estado de Israel fariam tudo para trazer de volta os reféns "em poucos dias, no máximo".
"Mas enganei-me [...] ainda há 58 [reféns] em Gaza e precisam de ser libertados agora", acrescentou num comício no Kibutz Nir Oz.
Os restos mortais do marido de Engel-Bart, morto a 07 de outubro, permanecem em Gaza.
Nir Oz é o kibutz nos arredores de Gaza com o maior número de residentes raptados, incluindo 14 ainda detidos no enclave, dos quais apenas três estão presumivelmente vivos.
No relvado do kibutz, ex-reféns, familiares de reféns e moradores encontram-se com apoiantes de todo o país.
Das 251 pessoas raptadas a 07 de outubro, 57 permanecem em Gaza, incluindo 34 declaradas mortas pelas autoridades israelitas.
O Hamas também ainda guarda os restos mortais de um soldado israelita morto em 2014 durante uma guerra anterior em Gaza.
Israel iniciou há uma semana e meia uma nova operação terrestre e aérea no território, após ter quebrado em meados de março o cessar-fogo em vigor com o grupo Hamas.
O início desta operação coincidiu com o levantamento do bloqueio que se mantinha há mais de dois meses à entrada de ajuda humanitária à população do enclave, que já enfrentava o risco de fome, segundo as agências da ONU.
O conflito foi desencadeado pelos ataques liderados pelo grupo islamita palestiniano Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, onde fez cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e mais de duas centenas de reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 54 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.
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