Comissão Europeia deve estar presente na marcha 'Budapest Pride'

Sessenta eurodeputados insistiram hoje para que a Comissão Europeia esteja "visivelmente presente" na marcha 'Budapest Pride', em junho, somando-se ao coro contra a inação do executivo comunitário perante a repressão da comunidade LGBTQ na Hungria.

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© Tiago Balieiro / ILGA Portugal

Lusa
28/05/2025 20:25 ‧ ontem por Lusa

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Numa carta citada pelo 'site' de notícias europeias Euractiv, deputados de cinco grupos de todo o espetro político do Parlamento Europeu -- entre os quais as socialistas portuguesas Marta Temido e Carla Tavares - expressaram o seu "profundo desapontamento" com o facto de o gabinete da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ter na segunda-feira instado os seus comissários a não participarem no desfile 'Budapest Pride', na capital húngara.

 

A Comissão Europeia (CE) negou ter emitido tal apelo, dias após ter sido inicialmente ada pelo Euractiv para comentar o assunto, mas os eurodeputados continuaram a pressionar Von der Leyen para que invertesse a posição do executivo da União Europeia (UE).

Na contundente carta, os eurodeputados acusam a Comissão Europeia de "não cumprir os seus deveres" e de mostrar "fraqueza e falta de solidariedade" com a comunidade LGBTQ (Lésbicas, 'Gays', Bissexuais, Transgénero e 'Queer') europeia, pedindo a Von der Leyen que "reconsidere" a sua posição e "garanta que a Comissão estará visivelmente presente no desfile 'Budapest Pride'".

"Agora mais que nunca, todos aqueles que acreditam na liberdade e na dignidade para todos precisam de ver que a União Europeia é verdadeiramente sua aliada", lê-se no texto.

Várias fontes citadas pelo Euractiv indicaram que a CE está a tentar não provocar o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, enviando responsáveis de alto nível para o evento, a maior marcha do Orgulho da Hungria, depois de o parlamento húngaro ter em março aprovado uma lei que permite proibir as marchas do Orgulho e vigiar os participantes.

"Se a Comissão Europeia deseja verdadeiramente estar ao lado da comunidade LGBTIQ+, não pode abster-se de apoiar manifestações pacíficas a favor da igualdade por receio de 'provocar' o Governo de Viktor Orbán", sustentaram os 60 eurodeputados.

A missiva vem juntar-se a uma lista crescente de apelos à CE para que reaja de forma mais enérgica no apoio à Marcha do Orgulho.

A presidente do grupo liberal Renovar a Europa, Valérie Hayer, também enviou uma carta a pedir à Comissão que adote medidas legais provisórias para permitir que a marcha se realiza.

Na terça-feira, Portugal e outros 16 Estados-membros da UE am uma declaração condenando a repressão da comunidade LGBTQ na Hungria e instando a CE a agir e a utilizar os instrumentos legais de que dispõe para obrigar a Hungria a anular a proibição da marcha LGBTQ+ prevista para junho.

A declaração, assinada por Portugal, Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Eslovénia, Espanha, Estónia, Finlândia, França, Irlanda, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Países Baixos, República Checa e Suécia, foi tornada pública pelo Governo neerlandês, autor da iniciativa.

A Comissão Europeia tem indicado não poder confirmar os planos de viagem dos comissários para o final de junho.

O comissário da Justiça, Michael McGrath, que supervisiona os mecanismos do Estado de Direito do bloco comunitário, declarou ao Euractiv que "não está em condições" de participar no desfile 'Budapest Pride', mas "não exclui a possibilidade de adotar" as medidas solicitadas por Temido, Tavares, Hayer e os restantes eurodeputados signatários da carta.

Leia Também: Lisboa. Aprovado apoio de 175 mil euros para realização do EuroPride

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