De acordo com as conclusões preliminares de especialistas do FMI enviados ao Brasil, apesar da revisão em alta das projeções sobre a economia local, em relação à previsão publicada em abril ado, espera-se "moderação" no ritmo de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
"A economia brasileira cresceu fortemente nos últimos três anos, surpreendendo positivamente. A equipa projeta uma moderação no crescimento de 3,4% de 2024 para 2,3% em 2025, em meio a condições monetárias e financeiras restritivas, uma redução do apoio fiscal e uma maior incerteza política global", destacaram.
"No médio prazo, prevê-se que o crescimento [do Brasil] recupere para 2,5%, apoiado pela normalização da política monetária e por fatores estruturais favoráveis, nomeadamente a implementação da reforma do IVA, que visa aumentar a eficiência, e a aceleração da produção de hidrocarbonetos", apontaram no mesmo documento.
Os técnicos do fundo avaliaram que reformas estruturais adicionais e investimentos num plano de transição energética podem elevar as perspetivas de crescimento a médio prazo do Brasil, mas reforçaram que os riscos para a perspetiva de crescimento pendem atualmente para o lado negativo face à elevada incerteza política global.
De acordo a equipa do FMI, a inflação no Brasil deverá atingir 5,2% até ao final de 2025, antes de convergir gradualmente para a meta de 3% até ao final de 2027.
O documento pontuou que as expectativas de inflação de curto e médio prazo acima da meta de 3% adotada oficialmente no Brasil, bem como um hiato do produto positivo crescente, corroboraram a justificação para os aumentos dos juros básicos para 14,75% ao ano impostos pelo Banco Central brasileiro.
O FMI reconheceu esforços locais para melhorar a posição fiscal do país, mas defendeu a necessidade de planos sustentados e mais ambiciosos para colocar a dívida pública brasileira numa trajetória firmemente descendente.
"A eliminação gradual de gastos tributários onerosos e ineficientes, o aprimoramento da istração da receita e o combate à rigidez orçamentária abririam espaço para investimentos prioritários, apoiariam a sustentabilidade da dívida pública e facilitariam uma trajetória mais baixa das taxas de juros", concluiu o fundo.
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