A posição líquida de investimento internacional do Japão aumentou no ano ado 12,9%, em termos anuais, para 533,05 biliões de ienes (3,28 biliões de euros), pela primeira vez acima dos 500 biliões de ienes (3,08 biliões de euros), mas abaixo do valor dos ativos externos da Alemanha, que ascendiam a 3,5 biliões de euros no final de 2024, de acordo com dados do banco central alemão.
A depreciação do iene aumentou o valor dos ativos em moeda estrangeira do Japão, incluindo ações, obrigações e outros investimentos, uma vez convertidos na moeda local, mas reduzindo, de facto, o montante dos ativos líquidos, referiu o porta-voz do Governo japonês, Yoshimasa Hayashi, em conferência de imprensa.
O enfraquecimento do iene contribuiu para o aumento tanto dos ativos como dos ivos externos, mas os ativos cresceram a um ritmo mais rápido, impulsionados em parte pela expansão do investimento empresarial nipónico no estrangeiro.
De um modo geral, os dados refletem tendências mais amplas do investimento direto estrangeiro. Em 2024, as empresas japonesas mantiveram um forte apetite pelo investimento direto estrangeiro, particularmente nos EUA e no Reino Unido, de acordo com o ministério.
Setores como as finanças, os seguros e o retalho atraíram capitais significativos de investidores japoneses, segundo o ministério.
A Alemanha também beneficiou de um elevado excedente da balança de transações correntes no ano ado, de 248,7 mil milhões de euros.
O excedente da balança de transações correntes de Tóquio ascendeu a 29,26 biliões de ienes (180,22 mil milhões de euros) no mesmo período.
Hayashi minimizou a importância deste valor, salientando que a posição do Japão nesta área continua a ser forte: "Os ativos líquidos estão a aumentar, apesar da classificação mundial, uma vez que a situação [económica] do Japão não se alterou", afirmou.
A Alemanha destronou a China como segundo maior credor do mundo em 2015, quando o país asiático fez um pesado investimento para conter a queda do yuan.
Em 2023, o país europeu relegou o Japão para a quarta maior economia do mundo.
O relatório do Ministério das Finanças japonês, divulgado hoje, sobre a capacidade de crédito do país mostra também que o crédito externo líquido aumentou em 2024 pelo sétimo ano, subindo 11,4%, em termos anuais, no total de ativos para 1.659,02 biliões de ienes (10,23 biliões de euros), impulsionado pelo investimento direto nos Estados Unidos por instituições financeiras e casas comerciais.
O ivo externo aumentou 10,7% para 1.125,97 biliões de ienes (6,94 biliões de euros).
O iene foi cotado a 157,89 face ao dólar americano no final de 2024, 11,7% mais baixo em termos anuais.
Olhando para o futuro, a trajetória do investimento estrangeiro dependerá de as empresas japonesas continuarem a expandir os seus investimentos no estrangeiro, especialmente nos Estados Unidos.
Com as políticas tarifárias do Presidente norte-americano, Donald Trump, em vigor, algumas empresas podem ser incentivadas a deslocalizar a produção ou a transferir ativos para os Estados Unidos para mitigar os riscos relacionados com o comércio.
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