'Black start' tirou Portugal do escuro na 2.ª-feira. Que sistema é este?

Em Portugal, existem apenas duas centrais que são capazes de reiniciar o sistema elétrico: a Tapada do Outeiro e Castelo de Bode. 

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© Stringer/Anadolu via Getty Images

Notícias ao Minuto com Lusa
02/05/2025 10:18 ‧ há 4 semanas por Notícias ao Minuto com Lusa

Economia

Apagão

permite reiniciar o sistema elétrico quando este vai abaixo. 

 

Ou seja, o 'black start' refere-se à capacidade de uma central elétrica voltar a operar mesmo quando a rede elétrica está desligada, ou seja, sem energia externa.

Em Portugal, existem apenas duas centrais que são capazes de reiniciar o sistema elétrico nestas circunstâncias: a Tapada do Outeiro e Castelo de Bode

Porém, o Governo quer inserir as centrais do Baixo Sabor e do Alqueva na função de 'black start', ou seja, arranque autónomo do sistema elétrico, para acelerar o restabelecimento da energia, caso haja uma situação como a de segunda-feira.

"É extremamente difícil fazer o arranque"

António Vidigal, consultor na área de energia, disse ao jornal ECO que "é extremamente difícil fazer o arranque", até porque são situações que acontecem tão raramente que os profissionais não estão treinados para fazer o serviço.

"Esta geração de pessoas nunca assistiu a um blackout. É uma manobra muito difícil de fazer para os operadores", afirmou.

No final do Conselho de Ministros, esta semana, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, disse que o Governo já tinha "tomado a decisão de prorrogar, relativamente à central da Tapada do Outeiro a sua função de 'black start' do sistema até março de 2026", e irá agora "acionar os mecanismos para que essa prorrogação se opere até 2030".

"Por outro lado, estamos a aprofundar todo o procedimento com vista a concretizarmos a inserção também na função de 'black start' de mais centrais, em particular a do Baixo Sabor e a do Alqueva", indicou.

"Se há ilação que já podemos tirar é que a central da Tapada do Outeiro e [a] de Castelo de Bode são insuficientes para habilitar o sistema a um reinício numa situação de crise como ontem [segunda-feira] vivemos. Insuficientes do ponto de vista da rapidez", esclareceu.

Estas duas centrais foram a usadas na segunda-feira para arrancar com o serviço inicial.  

"Já sabemos que são suficientes do ponto de vista da eficácia, por isso hoje temos a situação restabelecida", salientou, destacando que o entendimento do executivo é que é preciso "um mecanismo que torne ainda mais célere, mais rápida, mais eficiente a capacidade de recuperação e superação de uma circunstância" como a do apagão de segunda-feira.

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