Hun Manet escreveu na rede social Facebook que "o Camboja apresentou uma carta oficial ao Tribunal Internacional de Justiça para encontrar uma solução para a disputa fronteiriça" sobre quatro áreas em disputa com a Tailândia.
"O Camboja só precisa de justiça, imparcialidade e clareza na demarcação e delimitação das fronteiras com os nossos países vizinhos, para que as nossas gerações futuras não continuem a ter problemas umas com as outras", acrescentou.
Em 02 de junho, Hun Manet já tinha indicado que o reino iria apresentar uma queixa ao TIJ sobre um conflito fronteiriço que descreveu como "alimentado por pequenos grupos extremistas nos dois países".
Na sexta-feira, o primeiro-ministro afirmou que o seu Governo aguardava para saber se a Tailândia se juntaria ao Camboja neste recurso ao TIJ.
No sábado, as negociações entre a Tailândia e o Camboja, na capital cambojana, Phnom Penh, resultaram em progressos, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros tailandês, e deverão continuar hoje.
Um soldado cambojano foi morto a 28 de maio durante um tiroteio num local conhecido como "Triângulo Esmeralda", zona fronteiriça comum entre o Camboja, Tailândia e Laos.
Os exércitos tailandês e cambojano concordaram em acalmar as tensões no dia seguinte, mas Phnom Penh decidiu manter as suas tropas na zona, apesar dos pedidos de retirada de Banguecoque.
O Exército Real Tailandês assumiu o controlo da "abertura e encerramento" de todas as agens fronteiriças com o Camboja, invocando uma "ameaça à soberania e segurança da Tailândia".
Em 07 de junho, as autoridades da província tailandesa de Chanthaburi (leste) explicaram que tinham "suspenso temporariamente" a agem de turistas em dois postos fronteiriços permanentes.
No entanto, especificaram que o comércio não foi afetado e que os trabalhadores cambojanos continuavam autorizados a entrar na Tailândia.
O vice-primeiro-ministro e ministro da Defesa, Phumtham Wechayachai, considerou "profundamente lamentável" que o Camboja tenha rejeitado a proposta de retirar as suas forças armadas.
O Camboja e a Tailândia estão em conflito há muito tempo sobre o traçado da sua fronteira de mais de 800 quilómetros, definida em grande parte por acordos celebrados durante a ocupação sa da então Indochina.
Em 2011, confrontos em torno do templo Preah Vihear, classificado como património mundial pela UNESCO e reivindicado por ambos os países, causaram pelo menos 28 mortos e dezenas de milhares de deslocados.
Embora o TIJ tenha atribuído ao Camboja a zona contestada abaixo do templo, em 2013, o traçado de outras zonas continua a opor Banguecoque e Phnom Penh.
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