Em comunicado, o diretor executivo da organização não-governamental (ONG) nos EUA, Paul O'Brien, disse que a ordem do envio da Guarda Nacional para Los Angeles, decretada no sábado por Trump, agrava as violações dos direitos humanos que, segundo frisou, já estão a ser cometidas pela atual istração norte-americana.
O Presidente republicano norte-americano ignorou o governador da Califórnia, o democrata Gavin Newsom, e ordenou diretamente o envio de dois mil soldados da Guarda Nacional para proteger os edifícios federais no centro de Los Angeles, uma medida sem precedentes nos últimos 60 anos, após protestos nas ruas contra as rusgas levadas a cabo pela polícia de estrangeiros e fronteiras dos EUA.
Na mesma nota informativa, Paul O'Brien considerou que o envio de tropas é "extremamente alarmante" e mostra "que o Governo de Trump está disposto a fazer o que for preciso, incluindo o envio de forças militares, para punir aqueles que se manifestam em defesa dos direitos humanos".
O líder da Amnistia Internacional nos EUA defendeu que a mobilização não visa proteger as comunidades, mas sim "esmagar a dissidência e incutir medo", acrescentando que a "militarização do controlo da imigração e a resposta ao exercício do direito à liberdade de expressão pelas pessoas" não devem ter lugar num país democrático.
"Convocar a Guarda Nacional sem um pedido das autoridades locais agrava as violações generalizadas dos direitos humanos já em curso pelo Governo de Trump, incluindo detenções ilegais, deportações em massa, deportações para prisões perigosas no estrangeiro, repressão da liberdade de expressão, separações familiares e negação do devido processo legal", afirmou O'Brien.
Os protestos começaram na sexta-feira, quando dezenas de manifestantes se reuniram do lado de fora de um centro de detenção federal exigindo a libertação de 44 pessoas presas pelas autoridades federais de imigração em Los Angeles, como parte da campanha de deportação em massa de Trump.
Os protestos, que se prolongaram pelo fim de semana, foram marcados por dezenas de detenções e o registo de feridos, incluindo dois jornalistas.
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