Fundação apoiada pelos EUA nega caos na ajuda a Gaza. O que se sabe?
A Fundação Humanitária de Gaza (GHF), organização composta por antigos militares norte-americanos e empresas de segurança privadas negou hoje relatos de mortes e caos nos pontos de distribuição de alimentos.

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As Nações Unidas recusaram-se a cooperar com a organização, cujo diretor se demitiu por falta de neutralidade.
O Ministério da Saúde do governo do Hamas informou que um jovem de 19 anos morreu e 48 outras pessoas ficaram feridas na sequência de disparos de armas de fogo durante a distribuição de ajuda humanitária na noite de terça-feira num centro gerido pelo GHF.
O Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) confirmou num comunicado que o hospital de campanha em Rafah recebeu um número elevado de pacientes, incluindo mulheres e crianças, todos com ferimentos de bala na noite de terça-feira.
No entanto, a Cruz Vermelha afirmou que não registou vítimas mortais no hospital da organização.
A GHF disse hoje que dois habitantes de Gaza necessitaram de cuidados médicos no local de distribuição de ajuda humanitária: um por desidratação e outro por ferimentos causados por outros que procuravam ajuda.
A organização apoiada pela istração norte-americana disse que as informações do Hamas não são exatas.
Fundação Humanitária de Gaza também negou que as operações tenham sido suspensas na quarta-feira acrescentando que conseguiu distribuir ajuda através de oito camiões, com mantimentos suficientes para servir 378.262 refeições.
Por outro lado, a GHF anunciou que as suas operações vão intensificar-se durante o dia de hoje.
Entretanto, a ONU - que condenou repetidamente o bloqueio de Israel à entrada de ajuda humanitária em Gaza durante quase três meses - recusou-se a cooperar com a GHF, alertando para a falta de neutralidade da fundação, o risco de deslocação forçada da população e a inadequação da ajuda prestada.
Israel bloqueou a entrada de ajuda humanitária desde a intensificação dos ataques contra o enclave palestiniano.
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