Ataques israelitas causaram quase 180 mil deslocados em 10 dias

A intensificação dos ataques do exército israelita na Faixa de Gaza provocou a deslocação forçada de cerca de 180 mil pessoas em apenas 10 dias, anunciou hoje a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

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© Majdi Fathi/NurPhoto via Getty Images

Lusa
27/05/2025 11:49 ‧ há 2 semanas por Lusa

Mundo

Israel

A contabilização não inclui as ordens de evacuação maciça emitidas por Israel na segunda-feira para grande parte da zona sul do enclave, segundo a OIM, citada pela agência espanhola Europa Press.

 

Os números abrangem o período de 15 a 25 de maio, altura em que Israel chegou a lançar "ataques diretos" a locais que albergavam pessoas deslocadas, como campos de tendas e uma antiga escola.

As organizações humanitárias calculam que 80% da Faixa de Gaza tem ordens de evacuação ou está interdita a civis, embora seja do conhecimento geral que "nenhum lugar de Gaza pode ser considerado seguro" atualmente, segundo afirmaram.

As autoridades israelitas justificaram todas as ações no território palestiniano com alegados interesses militares.

Desde 18 de março, foi ordenada a evacuação de mais de 260 locais que albergavam cerca de 125.000 pessoas.

"Estou muito cansado. Fomos obrigados a mudar-nos mais cedo e [a nossa família] foi separada", lamentou um trabalhador palestiniano do campo de Al Mawasi citado pela OIM.

O mesmo trabalhador disse que um irmão morreu numa bombardeamento numa zona que era considerada segura.

"Chamam-lhe locais seguros e depois atacam-nos. Prefiro ficar em casa e enfrentar o que vier, porque pelo menos morreremos juntos", afirmou à OIM, que integra um grupo de trabalho para avaliar a situação da população deslocada.

Desde que Israel rompeu o cessar-fogo, em 18 de março, cerca de 616.000 palestinianos foram obrigados a deslocar-se mais do que uma vez.

Em contrapartida, durante o cessar-fogo de janeiro a março, mais de meio milhão de pessoas regressaram a casa, principalmente na parte norte da Faixa de Gaza.

As organizações que integram o grupo de trabalho manifestaram preocupação com o novo mecanismo de ajuda proposto por Israel e pelos Estados Unidos, por entenderem que poderá sobrepor-se aos atuais protocolos de entrega.

Em última análise, o novo mecanismo poderá não colocar os interesses humanitários da população local em primeiro lugar, alertaram.

As organizações como a OIM recordaram que os princípios de "humanidade, neutralidade, imparcialidade e independência" também se aplicam no caso de Gaza.

"A ajuda deve ser entregue apenas com base na necessidade e não em considerações militares e políticas", afirmaram, apelando a Israel para levantar as atuais restrições.

A guerra em curso foi desencadeada por um ataque do grupo radical palestiniano Hamas em Israel em 7 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e 250 reféns.

A retaliação israelita matou mais de 53 mil pessoas na Faixa de Gaza, que é controlada pelo Hamas desde 2007.

Leia Também: Aprovado pacote de empréstimos de 150 mil milhões para segurança e defesa

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