O número de reclamações contra a Carris aumentou mais de 70% nos primeiros cinco meses de 2025, em comparação com os últimos cinco meses do ano ado, de acordo com o Portal da Queixa. Os atrasos e incumprimento de horários representam 38% dos problemas denunciados pelos consumidores.
Os dados mostram que, desde o início do ano, as reclamações mantêm uma tendência crescente mensal, verificando-se um aumento de 162% no mês de maio, quando comparado com janeiro.
A análise revela um aumento expressivo das queixas, numa semana em que a transportadora lisboeta está a cumprir greve, com paragens parciais que deverão terminar na sexta-feira.
A transportadora - que opera o serviço público rodoviário da cidade e também elétricos e ascensores de rua - convocou ainda uma greve total no dia 12 de junho, na véspera de Santo António. Os trabalhadores da empresa reivindicam um aumento salarial e a diminuição do horário de trabalho de 40 para 35 horas.
Os atrasos e incumprimento de horários são a causa da maior fatia de reclamações (38%), mas também há relatos de má conduta e comportamento inadequado por parte dos motoristas (19,3%). Referem-se a queixas relativas a atitudes desrespeitosas, falta de cortesia ou conduta imprópria por parte de motoristas e funcionários da Carris.
Na origem de 16,6% das reclamações está a falta de qualidade do serviço. "São críticas ao desconforto, excesso de lotação, baixa frequência ou insatisfação geral com a experiência do transporte", lê-se numa nota enviada pelo Portal da Queixa ao Notícias ao Minuto. Já os problemas na cobrança e pagamento foram apontados em 12% das reclamações.
Há ainda registo de problemas relacionados com falhas técnicas e nos veículos e com a falta de informação e comunicação.
Em termos de perfil dos consumidores, verifica-se que a maioria das queixas é apresentada por mulheres (55,8%), destacando-se a faixa etária entre os 25 e os 34 anos, que representa 30% das reclamações deste ano.
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