"Durante muito tempo, os cigarros eletrónicos descartáveis têm infestado as nossas ruas e viciado as nossas crianças em nicotina", sublinhou a secretária do Ambiente britânica, Mary Creagh, citada na sexta-feira pela agência -Presse (AFP).
A venda e distribuição gratuita destes cigarros eletrónicos descartáveis baratos, multicoloridos e com sabor adocicado, populares entre os jovens, que estão disponíveis no país desde 2021, estão agora proibidas.
Quem violar a proibição será multado em 200 libras (cerca de 238 euros), e os reincidentes podem enfrentar até dois anos de prisão. A lei foi promulgada pelo anterior governo conservador.
Em 2024, quase cinco milhões destes dispositivos eram descartados semanalmente, de acordo com a organização sem fins lucrativos Material Focus.
Isto representa mais de 40 toneladas de lítio por ano, o suficiente para abastecer 5.000 veículos elétricos, segundo a ONG.
Os cigarros eletrónicos descartáveis também representam risco de incêndio no lixo doméstico.
De acordo com a organização sem fins lucrativos Action on Smoking and Health (ASH), 11% dos adultos britânicos usam cigarros eletrónicos, o equivalente a 5,6 milhões de pessoas, e 18% dos jovens dos 11 aos 17 anos, ou aproximadamente 980.000 jovens, usaram cigarros eletrónicos em 2024.
"Esta nova lei é um o para reduzir o uso de cigarros eletrónicos entre os jovens, ao mesmo tempo que garante a disponibilidade de produtos para ajudar as pessoas a deixar de fumar", frisou Caroline Cerny, diretora executiva adjunta da ASH.
Os cigarros eletrónicos não produzem alcatrão nem monóxido de carbono, dois dos componentes mais nocivos do fumo do tabaco, mas contêm nicotina, que é altamente viciante.
O anúncio desta proibição já levou a uma quebra no seu uso: segundo a ASH, entre os jovens dos 18 aos 24 anos que 'vaporizam', a proporção de dispositivos descartáveis desceu de 52% em 2024 para 40% em 2025.
A França e a Bélgica foram os primeiros países europeus a proibir a venda de cigarros eletrónicos descartáveis este ano, que também estão na mira das autoridades irlandesas.
A indústria, por sua vez, alerta para o crescimento do mercado negro. O projeto de lei "apenas torna ilegal a venda de cigarros eletrónicos descartáveis, não proíbe a sua utilização", sublinhou Dan Marchant, diretor da Vape Club, o maior retalhista 'online' de cigarros eletrónicos do Reino Unido.
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