Questionado sobre a venda do Novo Banco, na conferência de imprensa de apresentação dos lucros do primeiro trimestre, Miguel Maya repetiu a ideia que vem afirmando de que o B tem como estratégia crescer organicamente (sem aquisições) mas que olha para todas as operações que estão no mercado e que avaliará mais detalhadamente "se em algum momento se perspetivar que a operação pode acrescentar valor".
"Só será interessante [comprar o Novo Banco] se estivermos confiantes de que a operação cria valor, neste momento não estamos", afirmou Miguel Maya aos jornalistas, referindo que neste dossiê há um "fator determinante, o preço".
Miguel Maya frisou que, enquanto gestor, apenas se preocupa se uma eventual aquisição "cria valor para a sociedade e os acionistas" e não como se posicionam os bancos concorrentes.
"Não estamos preocupados quem compra ou não compra, se fica maior o banco A ou o banco B, não é esse o nosso tema. O nosso tema é concorrer por merecer a confiança dos clientes e criar valor para sociedade e acionistas", disse.
O Novo Banco foi criado em 2014 para ficar com parte da atividade bancária do Banco Espírito Santo (BES), na resolução deste.
O principal acionista do Novo Banco, Lone Star, anunciou para este ano a venda de parte do banco. Uma vez que o fundo de investimento tem 75% da instituição e o Estado português tem 25% (13,54% detidos pelo Fundo de Resolução e 11,46% pela DGTF - Direção-Geral do Tesouro e Finanças), é preciso saber se o Governo e Fundo de Resolução também avançarão para a venda das suas ações em bolsa.
O grupo espanhol CaixaBank, dono do BPI, está entre os bancos que exploram uma potencial aquisição do Novo Banco, segundo avançou este mês a Bloomberg, citando fontes familiarizadas com o assunto.
No início do ano, o Jornal de Negócios noticiou que a Lone Star está a avaliar o Novo Banco em 5.000 milhões de euros. Em junho de 2024, o Fundo de Resolução comprou ao Estado mais 4,14% do Novo Banco por 128 milhões de euros (ando a deter 13,54%), pelo que avaliou então o banco em mais de 3.000 milhões de euros.
Sobre operações internacionais do B, Miguel Maya voltou hoje a dizer que os bancos de Moçambique e Polónia são "operações estratégicas" e que não está em cima da mesa vendê-las.
Sobre o fecho de escritórios de representação no Brasil, disse que atualmente é difícil ter relações com clientes à distância e que entendeu o B que essas unidades "não estavam a acrescentar valor". Recordou ainda que no ado foram fechadas representações em África do Sul, Canadá, Estados Unidos e Venezuela.
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